segunda-feira, 28 de julho de 2014

Entenda como ocorreu 1ª Guerra Mundial, há um século.




28/Julho/1914,o início da 1ª Guerra Mundial (1914-1918). O conflito foi o primeiro a envolver países dos cinco continentes e deixou cerca de 10 milhões de mortos e 20 milhões de feridos, além de resultar na queda de quatro impérios (Russo, Austro-Húngaro, Alemão e Otomano).

Veja abaixo 20 imagens que resumem o que foi a guerra:

Paz Armada
Nos anos que antecederam a 1ª Guerra Mundial, a Europa vivia um clima de rivalidade entre as grandes potências, que disputavam colônias na África e na Ásia, além de territórios dentro do próprio continente.
Em um período chamado de "paz armada" (1871-1914), esses países protagonizaram uma corrida armamentista que aumentava a tensão nas relações internacionais. O continente era um barril de pólvora e bastava uma faísca para que explodisse. O estopim foi um crime político.
Primeira Guerra Mundial: Trabalhadores em uma fábrica de bombas na Inglaterra (Foto: Flickr/IWM Collections)Trabalhadores em uma fábrica de bombas na Inglaterra (Foto: Flickr/IWM Collections)
O estopim


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arquiduque Francisco Ferdinando, príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, e de sua mulher, Sofia. Eles foram vítimas de um atentado durante visita a Sarajevo – ato com importante conteúdo político, pois buscava demonstrar o domínio austríaco sobre a região.

O crime aconteceu em 28 de junho de 1914. O autor dos disparos foi Gavrilo Princip, estudante sérvio-bósnio ligado a uma organização nacionalista. Um mês depois, em 28 de julho, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, dando início ao confronto.
Francisco Ferdinando e sua mulher, Sofia, deixam a Prefeitura de Sarajevo, em 28 de junho de 1914 (Foto: Reuters/JU Muzej Sarajevo)
Foto não datada do velório do arquiduque Francisco Ferdinando e de sua mulher, Sofia, mortos em um atentado a tiros em Sarajevo (Foto: AP/Arquivo Histórico de Sarajevo)
Prisão de Gavrilo Princip, à direita sem chapéu, momentos após matar o arquiduque (Foto: AP)
Efeito cascata

Diante da declaração de guerra dos austríacos, os russos se mobilizam para ajudar os sérvios, seus "irmãos" eslavos dos Bálcãs. No dia 3 de agosto de 1914, a Alemanha, aliada dos austríacos, declara guerra à França. O exército alemão avança rumo à França.

Por causa da política de alianças, em pouco tempo praticamente toda a Europa está envolvida no conflito. De um lado estavam os países da Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro) e, do outro, a Tríplice Entente (Reino Unido, França e Rússia).

Em maio de 1915, a Itália, que pertencia à Tríplice Aliança (mas até então estava neutra), declara guerra ao Império Austro-Húngaro e muda de lado, indo a combate do lado da Entente, em troca da promessa de receber territórios.

Apesar de ser um conflito essencialmente europeu, a guerra envolveu os Estados Unidos e o Japão, e as colônias das potências da Europa também foram campos de batalha.

Em outubro de 1917, o Brasil declarou guerra à Alemanha pela mesma razão dos Estados Unidos: meses antes, navios mercantes brasileiros haviam sido afundados por submarinos alemães. Sua participação, porém, foi pequena e teve poucos reflexos na guerra.
População celebra em Berlim declaração de guerra (Foto: Flickr/The Library of Congress)
Fronteiras e trincheiras

A primeira fase da guerra foi marcada pela Batalha de Fronteiras. O exército alemão tentava chegar a Paris pelos limites da França com a Alemanha e a Bélgica – até então um país neutro.

Após vencer a resistência das forças belgas, os alemães conseguiram entrar em território francês pela fronteira do país. Em apenas um dia, 22 de agosto de 1914, 27.000 soldados franceses foram mortos, na mais importante perda para as tropas do país. Uma das principais caraterísticas dos confrontos foi o uso de trincheiras – frentes estáticas escondidas em valas cavadas no chão, protegidas por arame farpado.
Soldados alemães defendem trincheira na fronteira com a Bélgica (Foto: U.S National Archives)
Soldados franceses recolhem ferido em cidade da Bélgica, em 1914 (Foto: Flickr/The Library of Congress)
Soldados fazem reparo em trincheira após ataque a bomba (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Imagem aérea feita de um avião britânico mostra trincheiras cavadas na Frente Ocidental, em junho de 1917 (Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict London)
Batalhas devastadoras


Foi em território francês que se travaram as principais batalhas da guerra. As mais devastadoras foram as de Verdun e Somme. A primeira durou de fevereiro a dezembro de 1916. O exército francês empenhou todos seus esforços para conter as investidas alemãs no nordeste do país. A batalha terminou com mais de 700.000 baixas.

A segunda começou em julho de 1916 e durou cerca de cinco meses. Os exércitos da França e da Grã-Bretanha investiram contra a linha de defesa alemã na região do Rio Somme, mas não tiveram êxito. Foi o conflito mais letal da guerra, com 1,2 milhão de vítimas – entre mortos e feridos de ambos os lados.
Tropas britânicas avançam durante a Batalha do Somme, em 1916 (Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict London)
Soldados observam disparos da artilharia durante a Batalha do Somme, em 1916 (Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict London)
Batalhas do Marne

As duas batalhas ocorridas na região do Rio Marne, no leste de Paris, foram decisivas. A primeira, em setembro de 1914, foi a contraofensiva franco-britânica que conteve o avanço das tropas alemãs – que já haviam ocupado parte da Bélgica, invadido a França e se encontravam a menos de 40 km da capital francesa. O general que comandava as tropas recrutou todos os táxis de Paris para levar cerca de 4.000 homens ao fronte.

Dois anos depois, já com os Estados Unidos lutando na guerra no lado da França e da Grã-Bretanha, houve a segunda batalha do Marne, que marcou o início do recuo geral das forças alemãs. Em julho de 1918, com a ajuda dos americanos, os exércitos aliados conseguiram barrar o avanço do exército alemão, em um conflito que causou centenas de milhares de baixas em ambos os lados.
Tropas francesas nas ruínas de uma catedral perto do Rio Marne em ataque contra os alemães (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Munição das tropas alemãs abandonada na Batalha do Marne (Foto: Flickr/The Library of Congress)
EUA desequilibram

A entrada dos Estados Unidos na guerra foi determinante para o desfecho do conflito. O país decidiu declarar guerra à Alemanha, em abril de 1917, após ter navios mercantes naufragados ao serem atingidos por submarinos alemães no norte do Oceano Atlântico e também no Mediterrâneo – o que afetava profundamente seus interesses comerciais.

Foi ao lado dos americanos que os países da Entente conseguiram reagir de forma mais efetiva contra as investidas do exército alemão.
Foto de soldados americanos em material de publicidade de recrutamento (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Artilharia pesada

A corrida armamentista que precedeu a 1ª Guerra resultou no rápido desenvolvimento da indústria bélica das grandes potências. Durante o confronto, os países usaram armas com poder destrutivo jamais visto na época.

Das baionetas, os exércitos passaram às metralhadoras, frotas de encouraçados, submarinos, tanques de guerra, lança-chamas e gases tóxicos. Os aviões, que antes serviam apenas para observação, começaram a ser usados em bombardeios.
Exército francês faz disparo com imenso canhão de guerra (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Capelão faz sermão do cockpit de um avião de guerra (Foto: Flickr/National Library of Scotland)
Guerra química

Em 22 de abril de 1915, a Alemanha fez o primeiro grande ataque com uso de gás tóxico, que devastou as linhas inimigas na Bélgica. Os exércitos começaram a usar máscaras para se protegerem dos gases, entre eles o lacrimogêneo e o mostarda.
Soldados americanos posam com máscaras de gás no Laboratório de Desenvolvimento Químico na Filadélfia, nos EUA, em 1919 (Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict London)
Genocídio armênio

O Império Turco-Otomano, aliado dos alemães, entrou no conflito no final de 1914. Sua derrota fragmentou ainda mais o já fragilizado império, que acabou sendo dissolvido em 1923, quando foi proclamada a República da Turquia.

Foi durante a 1ª Guerra que começou o genocídio armênio pela mão dos turcos, em abril de 1915. Os homens eram levados para o fronte, onde eram mortos enquanto cavavam trincheiras. Crianças, idosos e mulheres eram tirados de suas casas para "caravanas da morte", onde sucumbiam ao frio, à fome e às doenças. Os armênios afirmam que o número de mortos chegou a 1,5 milhão.
Ossada de armênios queimados vivos por soldados turcos em 1915 (Foto: Acervo/The Armenian Genocide Museum-Institute)
Revolta e revolução

No contexto da 1ª Guerra começou a Revolta Árabe contra o Império Turco-Otomano, em 1916, com o apoio da Grã-Bretanha. O movimento abriria caminho para uma nação árabe independente.

Em novembro do ano seguinte, oito meses após o czar Nicolau II abdicar, começa a Revolução Russa. Em dezembro, o país assina o armistício com a Alemanha e sai da 1ª Guerra.
Soldados fazem demonstração em São Petersburgo em fevereiro de 1917 (Foto: Wikimedia Commons)
Armistícios

Após a Entente começar a dominar as batalhas, o Império Turco-Otomano assina o armistício em outubro de 1918. Em novembro foi a vez do Império Austro-Húngaro, seguido pela Alemanha – que assinou o cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, dois dias após o Kaiser Guilherme II abdicar e ser proclamada a República na Alemanha. Após quatro anos, a guerra terminava com 10 milhões de mortos e 20 milhões de feridos.

Estima-se que a 1ª Guerra mobilizou mais de 70 milhões de soldados dos cinco continentes e gerou custos da ordem de 180 bilhões de dólares. O conflito teve ainda 6 milhões de prisioneiros e 10 milhões de refugiados.

Em junho de 1919, é assinado o Tratado de Versalhes, que impôs as condições de paz – as mais duras para a Alemanha. O país perdeu todas as suas colônias, foi desarmado, teve parte de seu território ocupado militarmente e ainda precisou pagar uma pesada indenização pelos custos da guerra.
Tropas marcham em Londre após fim da Primeira Guerra, em 1918 (Foto: Flickr/National Library NZ)Tropas marcham em Londres após assinatura de armistício que deu fim à guerra, em 1918 (Foto: Flickr/National Library NZ)

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Golpe da Maioridade



Ao longo do período regencial, a disputas entre as tendências políticas promoveram a instalação de um clima instável. De um lado, os liberais defendiam a concessão de maiores liberdades aos governos locais com a criação de poderes legislativos e a eleição de assembleias regenciais. Por outro, os conservadores entendiam que a manutenção de um sistema político centralizado era pressuposto fundamental para que a unidade territorial e política fossem seguramente preservadas.

Em meio a essa contenda, os liberais atingiram uma primeira vitória ao aprovarem o chamado Ato Adicional, em 1834. Pela emenda, as províncias poderiam organizar as suas próprias assembleias legislativas. Contudo, apenas seis anos mais tarde, os conservadores deram sua reposta com a Lei Interpretativa do Ato Adicional. Segundo o novo texto, os direitos das assembleias locais seriam tolhidos e o Poder Executivo central teria maiores atribuições.

Paralela a essa concorrência política, várias províncias foram palco de violentas rebeliões que respondiam ao desmando e à crise econômica que se perfilavam no país. Nesse contexto, ficava mais difícil a sustentação da hegemonia conservadora nos principais cargos regenciais. Já em 1839, políticos liberais arquitetaram um movimento defendendo a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que então possuía apenas quatorze anos de idade.

A intenção dos liberais era a de apoiar a chegada de D. Pedro II ao governo, aproveitando de sua inexperiência para assumir importantes funções políticas. No início de 1840, o político liberal Antônio Carlos de Andrada e Silva criou o chamado Clube da Maioridade. Com o apoio da imprensa, a proposta de antecipação ganhou as ruas da capital e incitou algumas manifestações de apoio popular. Para muitos, a imagem jovem e instruída de D. Pedro II representava um tentativa de ordenação política e social.

O movimento não sofreu oposição dos conservadores, que poderiam ser facilmente acusados de repúdio ao regime monárquico. Em maio de 1840, um projeto de lei apresentado à Câmara realizou o pedido de antecipação da maioridade de Dom Pedro II. No dia 23 de julho, com expressa concordância do jovem monarca, o fragilizado governo conservador aprovou a medida. Naquele momento, o Segundo Reinado inaugurou uma das mais extensas fases de nossa história política.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Se na Lua não venta, por que a bandeira dos EUA tremeu?


Nesta semana, o mundo comemora o aniversário de 45 anos do dia em que o homem colocou os pés na Lua pela primeira vez. E apesar de tanto tempo ter passado, ainda há quem acredite que tudo não passou de uma armação dos americanos. Um dos argumentos mais utilizados para alimentar a teoria da conspiração é o da bandeira dos EUA, que aparece em movimento nos vídeos da Nasa (a agência espacial americana). Como isso é possível se na Lua não venta?

O questionamento sobre a ondulação da bandeira aparece em todos os textos e documentários criados para espalhar a tese de fraude, que nasceu nas palavras de Bill Kaysing, autor do livro "Never Went to the Moon"("Nunca fomos à Lua"), de 1974. Kaysing morreu há alguns anos, mas suas ideias nunca deixaram de circular, ainda mais com o advento da internet.

A questão é que os vídeos originais da Nasa são bem tediosos e ninguém tem muita paciência para assisti-los inteiros. E se a bandeira aparece tremulando no momento em que é fincada na Lua, ou quando o astronauta a arruma, as mesmas imagens a mostram paradinha momentos depois, como deve ser em um ambiente de vácuo como é o espaço.

"Se você olhar com cuidado os filmes da época, ou as fotos, verá que a bandeira está parada, e só se mexe quando algum astronauta a toca. Quando ele faz isso, ela se move como um tecido se moveria, ou seja, vai fazer uma onda. Não por causa de vento, mas sim pelo movimento provocado pelo astronauta diretamente na bandeira e pela flexibilidade do tecido", explica Douglas Galante, pesquisador do Laboratório Brasileiro de Luz Síncrotron e do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo).

Na verdade, a bandeira se move daquele jeito ao ser manipulada justamente porque não está sujeita à resistência do ar. Vale lembrar que o mastro é de alumínio flexível, por isso o movimento continua mesmo depois que o astronauta tira a mão. "A inércia faz com que ela continue a se mover", esclarece o especialista Roger Launius, do Museu Espacial Smithsonian, em Washington, em reportagem da National Geographic sobre o tema.


Apollo 11- Homem pisa a Lua pela primeira vez 20.Jul.1969 

 Armstrong foi o primeiro a sair da nave. Ao pôr os pés na Lua, disse a célebre frase: "Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a Humanidade" 

Mitos
O astrônomo Phil Plait, autor do premiado blog "Bad Astronomy", tem um post específico para explicar não só a história da bandeira, mas todas as outras divulgadas pelos conspiracionistas. Como o fato de que não há estrelas nas fotos tiradas pelas máquinas embutidas nos trajes dos astronautas da Apollo 11. Ele explica que o tempo de exposição das câmeras estava configurado para ser curto, já que o pouso ocorreu de manhã, com o Sol brilhando intensamente. Assim, a luz das estrelas que estão ao fundo não pode ser vista.

Outro argumento famoso é o das pegadas, que para ficarem assim tão bem definidas só poderiam ter sido feitas em areia molhada, segundo os céticos. Plait também derruba o questionamento, lembrando que o solo lunar é composto por uma areia finíssima, que lembra pó ou cinza vulcânica. Por isso, ela se comprime facilmente, formando o desenho detalhado da bota. E por que fica intacta por tanto tempo? Novamente, por causa do vácuo.

Vários desses mitos foram derrubados pelos divertidos apresentadores do programa "MythBusters", do Discovery Channel, que até usaram uma câmara de vácuo para desbancar as teorias. Mas o povo do contra não se convenceu: de acordo com eles, o programa é patrocinado pela Nasa.
Provas

"Muita gente tentou desacreditar a ida dos americanos à Lua, mas ela de fato aconteceu e isso é um consenso hoje em dia", comenta Galante. O pesquisador até cita uma prova clara disso: "Podemos enviar um laser para a Lua, fazê-lo refletir em um dos espelhos deixados para esse propósito pelos astronautas da Apollo, e medir o sinal de volta aqui na Terra."

Há várias outras confirmações, não só do pouso da Apollo 11, mas das missões que se seguiram até 1972, quando o dinheiro acabou. A missão indiana Chandrayaan-1, lançada em 2008, orbitou a Lua e confirmou que os jatos propulsores do módulo lunar da Apollo 15 alteraram a superfície, deixando-a mais clara. E olha que a Índia não teria nenhum interesse em apoiar os EUA em um eventual embuste.

Ainda há fotos de satélites que mostram objetos deixados pelos astronautas americanos na Lua, e confirmam a desconfiança de Buzz Aldrin de que a famosa bandeira caiu com a vibração do módulo lunar durante a decolagem. E, bom, há as centenas de amostras de rochas lunares trazidas pelos astronautas. Russos também fizeram coletas em missões não tripuladas e eles certamente teriam feito algum barulho caso houvesse diferença de composição entre as pedras.

Mas talvez seja mais interessante para certas pessoas pensar que foi tudo foi simulado - e teve até direção do cineasta Stanley Kubrick, dizem. Pelo menos enquanto não for possível para qualquer mortal ir até a Lua e procurar as provas pessoalmente. "Em breve, se alguém vencer o Google Lunar Prize, talvez tenhamos um pequeno rover particular visitando um dos antigos locais de pouso na Lua, mostrando aos incrédulos que há quase 50 anos já éramos capazes de viajar para outros corpos do nosso Sistema Solar", conclui Galante.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL 1914 - 1918



Entre 1871 e 1914, durante a chamada "belle epoque", a sociedade europeia, liberal e capitalista, passou por uma das fases de maior prosperidade. O desenvolvimento industrial trouxe para boa parte da população um conforto nunca antes experimentado, enquanto a ciência e a técnica abriam possibilidades inimagináveis de comunicação e transporte, com a invenção do telégrafo, do telefone e do automóvel.

Entretanto, as disputas territoriais entre as potências e a má distribuição dos benefícios do progresso entre a população criavam um clima de instabilidade constante. O risco de um confronte iminente pairava no ar. Até que, em 1914, as previsões se confirmaram, com o início da "guerra que ia acabar com todas as guerras", como se costumava dizer na época. Na prática, não foi isso que o mundo assistiu. Outro conflito, maior e ainda mais devastador, iria eclodir 25 anos depois.

A expressão Grande Guerra, cunhada para o conflito que pela primeira vez na história envolveu todo o planeta, se justifica pelas proporções que o confronto alcançou, pelo aparato bélico que foi mobilizado e pela destruição devastadora que provocou. As novas armas, fruto do desenvolvimento industrial, e os métodos inéditos empregados nos combates deram aos países capitalistas o poder quase absoluto de matar e destruir.



Por volta de 1914, havia motivos de sobra para o acirramento das divergências entre os países europeus. Era grande, por exemplo, a insatisfação entre as nações que tinham chegado tarde à partilha da África e da Ásia; a disputa ostensiva por novos mercados e fontes de matérias-primas envolvia muitos governos imperialistas; e as tensões nacionalistas, acumuladas durante décadas, pareciam prestes a explodir. O que estava em jogo eram interesses estratégicos para vencer a eterna competição pela hegemonia na Europa e no mundo.

Causas do conflito:

A disputa colonial: buscando novos mercados para a venda de seus produtos, os países industrializados entravam em choque pela conquista de colônias na África e na Ásia.
A concorrência econômica: cada um dos grandes países industrializados dificultara a expansão econômica do país concorrente. Essa briga econômica foi especialmente intensa entre Inglaterra e Alemanha.
A disputa nacionalista: em diversas regiões da Europa surgiram movimentos nacionalistas que pretendiam agrupar sob um mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. O nacionalismo exaltado provocava um desejo de expansão territorial.


Movimentos nacionalistas: os interesses da Alemanha, Rússia e França.
Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa no início do século XX, podemos destacar os seguintes:
· Pan-eslavismo: buscava a união de todos os povos eslavos da Europa oriental. Era liderado pela Rússia.
· Pangermanismo: buscava a expansão da Alemanha através dos territórios ocupados por povos germânicos da Europa central. Era liderado pela Alemanha.
· Revanchismo francês: visava desforrar a derrota francesa para a Alemanha em 1870 (Guerra Franco-prussiana) e recuperar os territórios da Alsácia-Lorena, cedidos aos alemães.

A situação conflituosa deu origem à chamada paz armada. Como o risco de guerra era bastante grande, as principais potências trataram de estimular a produção de armas e de fortalecer seus exércitos.

A política das alianças:
O clima de tensão internacional levou as grandes potências a firmar tratados de alianças com certos países. O objetivo desses tratados era somar forças para enfrentar a potência rival.
A Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália.
A Tríplice Entente: formada por Inglaterra, França e Rússia.

A explosão da guerra mundial

Assassinato de Francisco Ferdinando (Sarajevo, Bósnia, 28/06/1914): foi o estopim que detonou a Primeira Guerra Mundial, quando as tensões entre os dois blocos de países haviam crescido a um nível insuportável.

Principais fases: primeira fase (1914/1915) movimentação de tropas e equilíbrio entre as forças rivais; segunda fase (1915/1917) guerra de trincheiras; terceira fase (1917-1918) entrada dos Estados Unidos, ao lado da França e da Inglaterra, e derrota da Alemanha.

Entrada da Itália – A Itália, membro da Tríplice Aliança, manteve-se neutra até que, em 1915, sob promessa de receber territórios austríacos, entro na guerra ao lado de franceses e ingleses.
Saída da Rússia – Com o triunfo da Revolução Russa de 1917, onde os bolcheviques estabeleceram-se no poder, foi assinado um acordo com a Alemanha para oficializar sua retirada do grande conflito. Este acordo chamou-se Tratado de Brest-Litovsk, que impôs duras condições para a Rússia.
Entrada dos Estados Unidos – Os norte-americanos tinham muito investimentos nesta guerra com seus amigos aliados (Inglaterra e França). Era preciso garantir o recebimento de tais investimentos. Utilizou-se como pretexto o afundamento do navio “Lusitânia”, que conduzia passageiros norte-americanos.
Participação do Brasil – Os alemães, diante da superioridade naval da Inglaterra, resolveram empreender uma guerra submarina sem restrições. Na noite de 3 de abril de 1917, o navio brasileiro “Paraná” foi atacado pelos submarinos alemães perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por Wenceslau Brás, rompeu as relações com Berlim e revogou sua neutralidade na guerra. Novos navios brasileiros foram afundados. No dia 25 de outubro, quando recebeu a noticia do afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou guerra à Alemanha. Enviou auxilio à esquadra inglesa no policiamento do Atlântico e uma missão médica.

Conseqüências da guerra: a) O aparecimento de novas nações; b) Desmembramento do império Austro- Húngaro; c) A hegemonia do militarismo francês, em decorrência do desarmamento alemão; d) A Inglaterra dividiu sua hegemonia marítima com os Estados Unidos; e) O enriquecimento dos Estados Unidos; f) A depreciação do marco alemão, que baixou à milionésima parte do valor, e a baixa do franco e do dólar; g) O surgimento do fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha.

Os "14 Pontos do Presidente Wilson"

Em mensagem enviada ao Congresso americano em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson sumariou sua plataforma para a Paz que concebia:
1) "acordos públicos, negociados publicamente", ou seja a abolição da diplomacia secreta; 2) liberdade dos mares; 3) eliminação das barreiras econômicas entre as nações; 4) limitação dos armamentos nacionais "ao nível mínimo compatível com a segurança"; 5) ajuste imparcial das pretensões coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por elas; 6) evacuação da Rússia; 7) restauração da independência da Bélgica; 8) restituição da Alsácia e da Lorena à França; 9) reajustamento das fronteiras italianas, "seguindo linhas divisórias de nacionalidade claramente reconhecíveis"; 10) desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria; 11) restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar para Sérvia; 12) desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia, sendo os estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo "abertos permanentemente"; 13) uma Polônia independente, "habitada por populações indiscutivelmente polonesas" e com acesso para o mar; e 14) uma Liga das Nações, órgão internacional que evitaria novos conflitos atuando como árbitro nas contendas entre os países.

Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a ideia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "vendetta" por parte da Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções americanas.

O Tratado de Versalhes: conjunto de decisões tomadas no palácio de Versalhes no período de 1919 a 1920. As nações vencedoras da guerra, lideradas por Estados Unidos, França e Inglaterra, impuseram duras condições à Alemanha derrotada. O desejo dos alemães de superar as condições humilhantes desse tratado desempenhou papel importante entre as causas da Segunda Guerra Mundial:
- Restituir a região da Alsácia-Lorena à França.
- Ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia ( corredor polonês).
- Ceder todas as colônias.
- Entregar quase todos seu navios mercantes à França, à Inglaterra e à Bélgica.
- Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos países vencedores.
- Reduzir o poderio militar de seus exércitos limitados a 100 mil voluntários, sendo proibida de possuir aviação militar, submarinos, artilharia pesada e tanques, e o recrutamento militar foi proibido.
- Considerada a grande culpada pela guerra.

A formação da Liga das Nações: em 28 de abril de 1919, a Conferência de Pás de Versalhes aprovou a criação da Liga das Nações, com a missão de agir como mediadora nos casos de conflito internacional, preservando a paz mundial. Entretanto, sem a participação de países importantes como os Estados Unidos, União Soviética e Alemanha, a liga revelou-se um organismo impotente.
A ascensão econômica dos Estados Unidos no pós-guerra: os Estados unidos alcançaram significativo desenvolvimento econômico através da exportação de produtos industrializados. A Europa tornou-se dependente dos produtos americanos.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Conflito na FAIXA de GAZA.



A Faixa de Gaza é um território no Oriente Médio com baixo desenvolvimento, é um dos lugares mais conturbados do mundo por causa das presentes disputas.

O território designado como Faixa de Gaza foi dominado durante séculos pelo Império Otomano. A posse da região só mudou de dono com o término da Primeira Grande Guerra Mundial, quando os britânicos passaram a ter o controle do local. Após o término da Segunda Grande Guerra Mundial a situação ficou mais tensa no Oriente Médio e foi criado o Estado de Israel. Os conflitos que se ligam à criação e à existência deste fizeram com que a região de Gaza recebesse milhares de refugiados palestinos que foram expulsos de Israel.

O termo “Faixa de Gaza” tem origem na Antiguidade, o nome é uma referência à principal cidade da região, Gaza. O local é situado no Oriente Médio e faz fronteiro com o Egito, ao sul, com Israel, ao norte e leste, e banhado pelo Mar Mediterrâneo. Com aproximadamente 41 Km de extensão, a Faixa de Gaza apresenta largura que varia entre os 6 e 12 Km, totalizando 360 Km². O território foi dividido em cinco partes: Rafah, Khan Yunis, Dayr AL-Balah, Cidade de Gaza e Norte de Gaza. É uma região árida de clima temperado, marcada por ser plana, tendo como maior altitude 105 m.

A região apresenta precárias condições de vida, não há infra-estrutura adequada e consequentemente a economia é extremamente debilitada. Apenas 13% das terras da Faixa de Gaza são aráveis. Mesmo sem oferecer condições, a Faixa de Gaza é um dos territórios mais densamente povoados da Terra, conta com 1,4 milhões de habitantes no pequeno território referido anteriormente. Sua população é extremamente marcada pela religião islâmica, sendo mais de 99% dos habitantes fiéis muçulmanos. Entre estes se destaca ainda a soberania dos muçulmanos sunitas. O restante da população professa a fé cristã, mas não soma sequer 1% dos habitantes. A língua mais falada na Faixa de Gaza é o árabe, seguida pelo hebraico.

O território da Faixa de Gaza é extremamente conflituoso, é disputado e ocupado militarmente por outros países. Há um constante clima de tensão na região por causa de correntes conflitos. A região não é oficialmente reconhecida como parte integrante de algum país soberano, a Faixa de Gaza é toda cercada por muralhas nas divisas com Israel e com o Egito. A Autoridade Nacional Palestina, contudo, reivindica a região como território pertencente aos palestinos.

A inconsistência sobre quem é o verdadeiro dono do território da Faixa de Gaza gerou vários conflitos no local. Além disso, fazem parte do conflito as características religiosas dos habitantes do local, os quais se chocam principalmente com os israelenses. Israel, por sinal, ocupou militarmente a região entre junho de 1967 e agosto de 2005. Hoje ainda, Israel é o responsável pelo controle do espaço aéreo e do acesso marítimo à Faixa de Gaza.

No ano de 2007, em junho, um confronto armado envolvendo o Fatah e o Hamas transferiu o controle da Faixa de Gaza para o Hamas.

Nelson Mandela, um ícone na História.

Nelson Mandela 456x500 Nelson Mandela   Resumo Biografia


Nelson Mandela foi o líder negro mais importante do mundo que se puseram contra o racismo e o apartheid na África do Sul. Mandela superou barreiras e conseguiu levar qualidade e justiça para seu povo, sendo agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em uma pequena aldeia na região sudeste da África do Sul chamado de Transkei. Seu pai era chefe da aldeia e um membro da família real da tribo Thembu, que falava a língua Xhosa. Como um menino, Mandela cresceu na companhia dos anciãos e chefes tribais.

Mandela também foi profundamente influenciado por sua educação em escolas da Igreja Metodista. Depois de ser expulso da Fort Hare University College em 1940 por liderar uma greve estudantil, Mandela obteve um diploma de Witwatersrand University. Em 1942 ele recebeu uma licenciatura em Direito pela Universidade do Sul da África.

Em 1962 Mandela foi novamente preso, desta vez foi obrigado deixar a África do Sul por incitação greves. Ele foi condenado a cinco anos de prisão. No ano seguinte, ele foi julgado com outros líderes do Umkhonto weSizwe sob a acusação de alta traição. Mandela foi condenado à prisão perpétua, na prisão de segurança máxima de Robben na África do Sul.

Durante 27 anos Mandela passou na prisão, seu exemplo de sofrimento silencioso foi apenas uma das muitas pressões sobre o governo da África do Sul do apartheid. Mas com o passar dos anos, Mandela começou a ser visto como mártir na África do Sul e em todo o mundo, tornando-o um símbolo de protestos internacionais contra o apartheid.

Em 1988 Mandela foi hospitalizado, e depois de sua recuperação, ele voltou para a prisão em condições menos duras. A está altura a situação na África do Sul estava se tornando desesperadora. Protesto se espalharam, e as pressões internacionais para o fim do apartheid foram aumentando. Cada vez mais, a África do Sul ficava isolada como um Estado racista. Foi neste contexto que FW de Klerk , o presidente da África do Sul, finalmente respondeu aos apelos de todo o mundo para libertar Mandela.

Mandela foi casado três vezes, e pai de seis filhos, e tem vinte netos e um número crescente de bisnetos. Mandela tornou-se o mais velho presidente eleito da África do Sul quando assumiu o cargo em 1994. Ele tinha 77 anos naquela época e decidiu não contestar, pela segunda vez. Nelson Mandela assumiu a aposentadoria da vida pública em Junho de 1999.

Nelson Mandela recebeu mais de cem prêmios nos últimos quatro décadas de sua luta pela democracia, igualdade e aprendizagem. Ele nunca respondeu racismo com racismo. Ele ganhou respeito internacional por tentar promover a reconciliação de brancos e negros.
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"A educação é a arma mais poderosa para se mudar o mundo".