sábado, 14 de março de 2015

China, o progresso e a poluição

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A República Popular da China, também conhecida simplesmente como China, é o mais populoso do mundo, com mais de 1,360 bilhão de habitantes, quase um quinto da população da Terra. Mas destaco que a China está suja, nojenta. O preço do progresso célere que a mais populosa nação do mundo vem promovendo nos últimos anos é caro demais. A começar pelo ar que os chineses respiram. O Ministério da Proteção Ambiental do país alertou, no mês passado, que perto de 90% das cidades chinesas apresenta índices de poluição atmosférica muito abaixo dos padrões de qualidade considerados aceitáveis.
Para ser mais exato: por lá a poluição por material particulado presente no ar é 40 vezes maior do que os níveis minimamente seguros estabelecidos pelas normas internacionais.
De onde vem tanta imundície? Principalmente das usinas de energia movidas a carvão mineral que – para piorar – impulsionam também as emissões de gases de efeito estufa causadoras das mudanças climáticas.

Cerca de 80% da eletricidade gerada na China vem dessa matriz energética. Boa parte do carvão utilizado é o mais barato do mercado por ser de baixa qualidade. Consequentemente é também o mais venenoso. A outra grande fonte de poluição atmosférica são as companhias siderúrgicas que não têm qualquer controle sobre as suas fumaças tóxicas.
Pequim é tida como uma das capitais mais poluídas do planeta. Além disso, sete das 10 cidades chinesas com pior qualidade do ar estão localizadas na região metropolitana da capital, informou o jornal China Daily.
Não é só o ar que está contaminado. Há muita sujeira por qualquer lado onde se aponte o nariz. Dejetos despejados a céu aberto – inclusive à beira da famosa muralha da China – esgotos despejados in natura e uma inacreditável mortandade de peixes em diversos rios e lagos contaminados.
Em dezembro do ano passado seis empresas de Taizho detritos tóxicos em dois rios da região. Esta é a mais severa multa já aplicada por um tribunal chinês para questões de desrespeito ambiental.
Diante desse cenário dantesco – e dos reclamos da população – as autoridades prometem tomar atitudes. Querem multar mais e até fechar indústrias desleixadas que não se modernizam para atender aos padrões de controle de poluição. Também pretende revisar e fortalecer as leis de proteção ambiental no país o mais rápido possível.
Espera-se que não seja tarde demais. E que sirva para todo o mundo se perguntar: vale a pena tanto progresso à custa da degradação ambiental?

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