quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Guerra do Paraguai, entenda este conflito.
País foi destruído e teve a população dizimada durante o conflito.
Entenda o principais fatos até a morte de Solano López.
Desenho dos uniformes utilizados pelos soldados durante a Guerra do Paraguai (Foto: Fundação Biblioteca Nacional)
O maior conflito armado da América do Sul, a Guerra do Paraguai teve início há 150 anos, em 13 de dezembro de 1864, e terminou somente com a morte do líder paraguaio Solano López, em 1º de março de 1870.
O país mobilizou quase toda sua população para a guerra, onde enfrentou o exército da Tríplice Aliança, formada por Brasil, Uruguai e Argentina. A luta estendeu-se por anos, apesar da superioridade econômica e demográfica dos países aliados.
Os motivos que levaram López a declarar guerra ao Brasil são controversos. No entanto, os estudiosos concordam que o conflito teve consequências que ainda não foram superadas pelo Paraguai. Além de perder parte de seu território, o país teve sua infraestrutura destruída e viu o extermínio da quase totalidade de sua população. Ainda hoje, o país encontra-se atrasado em relação ao desenvolvimento de seus vizinhos. Entenda o desenrolar da guerra, com um resumo dos principais fatos até a morte de Solano López:
Corpos de paraguaios mortos durante a guerra empilhados no campo.
Maio de 1864 - Brasil envia representante ao Uruguai, que vivia uma guerra civil, para discutir as ameaças sofridas por cidadãos brasileiros em território uruguaio. Os brasileiros que tinham fazendas no interior reclamavam que sofriam assaltos violentos.
18 de junho de 1864 - Enviados do Brasil, Argentina e Inglaterra se reúnem para mediar o fim da guerra civil no Uruguai, com representantes tanto do governo oficial, de Atanásio Aguirre, quanto do chefe da rebelião, Venâncio Flores. Não há acordo e a guerra civil continua.
Agosto de 1864 - Governo brasileiro ameça intervir militarmente no Uruguai, caso o governo não puna os responsáveis pela violência contra brasileiros no país. Em nota enviada a diplomatas brasileiros, governo do Paraguai protesta contra qualquer invasão do território do Uruguai.
30 agosto de 1864 - Uruguai rompe relações diplomáticas com o Brasil.
12 de outubro de 1864 - Brasil invade o Uruguai.
12 de novembro de 1864 - Em retaliação à invasão brasileira ao Uruguai, Paraguai apreende o vapor brasileiro Marquês de Olinda.
13 de dezembro de 1864 - O líder paraguaio Solano López declara guerra ao Brasil.
27 e 28 de dezembro de 1864 - Exército paraguaio ataca o forte Coimbra, atualmente na região de Mato Grosso do Sul (veja ao lado reportagem do Globo Rural sobre a invasão das tropas paraguaias ao Brasil).
Janeiro de 1864 - Exército paraguaio invade Corumbá, Miranda e Dourados.
7 de janeiro de 1865 - Decreto nº 3.371, do Império do Brasil, cria os Corpos de Voluntários da Pátria. São prometidas recompensas para quem se voluntariar à luta.
21 de janeiro de 1865 - Decreto nº 3.383, do Império do Brasil, convoca a Guarda Nacional para se juntar ao Exército. Era composta por cerca de 440 mil homens, mas pouco mais de 40 mil participaram do combate. Na época, o alistamento na Guarda tinha a função de mostrar status social.
1º de maio de 1865 - Assinatura do Tratado da Tríplice Aliança por Brasil, Argentina e Uruguai.
Junho de 1865 - Exército paraguaio invade o Rio Grande do Sul e ocupa Uruguaiana.
11 de junho de 1865 - Batalha do Riachuelo, em que a Marinha paraguaia é derrotada pelas
forças aliadas.
18 de agosto de 1865 - Soldados paraguaios em Uruguaiana se rendem.
16 de abril de 1866 - Exército aliado na Argentina cruza o rio Paraná e invade o Paraguai,
onde inicia marcha rumo à fortaleza de Humaitá.
24 de maio de 1866 - Batalha de Tuiuti, que é considerada a mais importante e uma das mais sangrentas da guerra. O exército paraguaio atacou os soldados da Tríplice Aliança que seguiam para Humaitá. Apesar das inúmeras mortes, os aliados venceram.
12 de setembro de 1866 - López pede encontro com Bartolomeu Mitre, governante da Argentina. Os dois se reúnem, mas não há acordo para o fim da guerra.
22 de setembro de 1866 - Exército da Tríplice Aliança ataca fortaleza de Curupaiti, mas é
derrotado pelos paraguaios. Foi a maior derrota aliada.
6 de novembro de 1866 - Decreto nº 3.725-A, do Império do Brasil, liberta escravos que servissem no exército contra o Paraguai.
Abril e maio de 1867 - Tropas aliadas invadem o Paraguai rumo à fazenda Laguna, mas são atacadas pelos paraguaios e obrigadas a recuar. Episódio é conhecido como Retirada da Laguna.
Igreja de Humaitá destruída.
Julho de 1867 - Tropas brasileiras partem em direção a Humaitá, para atacar a fortaleza.
15 de agosto de 1867 - Esquadra do governo imperial segue pelo rio Paraguai e ultrapassa a
fortaleza de Curupaiti, mas não tenta passar por Humaitá. Permanece seis meses entre as duas fortalezas e, apesar de bombardeá-las, não consegue destruí-las.
3 de março de 1868 - López deixa a Fortaleza de Humaitá e arma quartel-general em San
Fernando, distante cerca de 10 quilômetros.
25 de julho de 1868 - Exército aliado toma posse da Fortaleza de Humaitá.
Dezembro de 1868 - Paraguaios são derrotados nas batalhas de Itororó, Avaí, e Lomas Valentinas, no que ficou conhecido por “dezembrada”.
1º de janeiro de 1869 - Tropas brasileiras invadem e saqueiam Assunção.
5 de maio de 1869 - Fundição de Ibicuí, onde eram feitas as armas do exército paraguaio, é
destruída.
16 de agosto de 1869 - Batalha de Acosta-Ñu, em que 20 mil soldados da Tríplice Aliança
enfrentam e vencem as tropas formadas por 6 mil paraguaios, em sua maioria idosos e crianças. Em homenagem às vítimas, 16 de agosto se tornou o Dia das Crianças no Paraguai.
1º de março de 1870 - Solano López é morto em Cerro Corá. O líder paraguaio foi ferido com um golpe de lança pelo brasileiro José Francisco Lacerda, o Chico Diabo, e foi atingido por um tiro de fuzil. A morte de López marca o encerramento da guerra.
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