terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nova República: De 1985 até 2010 – Aula de História Enem


Nova República – 1985 aos dias atuais

Os civis voltam ao poder político, marcando o fim da Ditadura Militar. A força desse desejo fica forte com a campanha “Diretas Já!”
Como a emenda das diretas não foi aprovada, a eleição seria indireta através do colégio eleitoral. De um lado o candidato dos militares, Paulo Maluf, e de outro o das oposições, Tancredo Neves. Mesmo se Maluf tivesse ganho seria o fim do período militar.
No entanto, a estrutura política e os políticos são os mesmos, a política econômica do entreguismo começa no período militar e continua na “Nova República”. A política do período militar não rompe com a “Nova República”, pois ambos abrem o país ao capital estrangeiro, às multinacionais.
Em 1985, logo após a posse, os problemas de saúde do Presidente Tancredo Neves agravam-se, sendo internado e posteriormente morrendo. A população fica comovida e começam a surgir teorias de conspiração, que tentam justificar a morte de Tancredo como um assassinato.
Quem assume é o seu vice José Sarney.

Fernando Collor, José Sarney, Luis Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

Governo Sarney – 1985-1990

Seu governo é voltado para controlar a inflação; porém, após um ano de governo, sem grandes realizações.

Vendo uma crise econômica devido às baixas questões de fundo de reserva brasileiro, ele decreta moratória devido à alta inflação; renegociando a dívida externa.
Ele faz Intervenção na Economia através de planos:

Plano Cruzado I

Congelamento de Preços. Faz a Tabela da Sunab, mas os preços foram congelados altos.
Congelamento de salários. Através de uma média dos últimos 6 meses, o salário congela baixo.
No Cruzado I houve o corte de 3 zeros. O governo afirma que é para facilitar os cálculos, mas ele quer é dar impressão de valorização da moeda, de que o dinheiro vale mais. Passa a se usar moedas, isso também dá a impressão de moeda forte.
O Cruzado I, imposto por Sarney em 1986, definiu a tabela de inflação, combinou o controle de inflação com o congelamento de preços dos produtos e dos salários. Congelou: Preços (nota fiscal) e salários (média dos 6 meses).
Surgem as ‘Fiscais do Sarney’, que fiscalizavam o preço dos alimentos e produtos; tinham como base a Tabela da Sunab.
Os produtores queriam aumentar o preço de mercadorias, mas não podiam, pois tudo estava tabelado.
O medo da falta de alimento fez começar a ocorrer desabastecimento de certos produtos no mercado;
Os fazendeiros alegavam que não compensava abater o boi, deixavam o boi emagrecer, houve falta de carne e o governo confiscou até bois.
As pessoas passaram a pagar ágio (preço mais caro) pelos produtos mais escassos e ocorreu estocagem de bens de supermercado, tudo através da lei de mercado: com muita procura pelo produto, o seu preço aumenta e a inflação também.
O Cruzado I falha, pois a inflação volta a crescer, mas o plano serviu como base eleitoral do PMDB de Sarney.
As eleições em 1986 foram para Deputados Federais e Senadores, que compunham o Congresso Nacional. Sarney pede para votarem em seus candidatos para que ele possa continuar seu trabalho. O PMDB e o PFL saem vitoriosos. Sarney mentiu ao dizer que não estava havendo problemas econômicos, que o desabastecimento era apenas momentâneo e que tudo iria melhorar.
Ele fez como FHC na reeleição, desvalorizando o real, liberando o câmbio e, para camuflar o Governo, pegou os dólares do tesouro nacional.

Cruzado II, o Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1988/1989).

Todos esses planos tentam congelar os preços e controlar a inflação, acabam gerando a indexação (limitar o aumento de salários à inflação), que é o gatilho salarial. A cada 3 meses de inflação passa-se o aumento da inflação ao salário, mas o crescimento é desigual, com diferenças, pois ocorre a hiperinflação.
O Cruzado II tentou controlar a inflação. Deu errado devido ao ágio nos preços dos produtos. Cortam-se mais 3 zeros.

O Plano Bresser – 1987, do ministro Bresser acaba com o gatilho salarial e lança o congelamento de salários e preços. Também fracassou, pois os preços continuaram subindo.

O Plano Verão, feito por Maílson da Nóbrega, volta a pagar juros da dívida externa. Não congelou preços de salários ou produtos, “política do feijão com arroz”, vendeu empresas estatais (privatizações), enxugou contas públicas, demissão de funcionários públicos, mas não consegue controlar a inflação, que continua crescendo.
Em seu governo foi aprovada a Constituição de 1988, conhecida como “Cidadã”, pois dava direitos e deveres ao povo brasileiro.
Ocorrem as Primeiras eleições diretas (desde 1960 elas não ocorriam): 1989 tem o aumento do pluripartidarismo.
Concorreram 22 candidatos (Lula, Collor, Maluf, Enéias, Afif, Mário Covas, Brizola, Quércia, e outros).
Fernando Collor de Mello ganha as eleições, eleito por um pequeno partido PRN, mas com o apoio dos setores conservadores da nossa política.

Governo Collor – 1990-1992

Collor é eleito por um pequeno partido PRN, por isso teve que buscar apoio dos políticos conservadores para ter sustentação no legislativo.
No poder passa a fazer campanha anticorrupção – conhecido como “Caçador de Marajás”; Collor é neopopulista.
Na economia abriu o mercado brasileiro, aumentou o ‘entreguismo’, pois ele abriu o mercado para a entrada de produtos estrangeiros. Tal prática faz com que ele seja Neoliberal.
Fez privatizações – transferências de empresas estatais para o setor privado.
Tem a abertura da informática e da indústria automobilística, que foram benéficas, pois fez com que a “indústria nacional” se modernizasse.
O Governo justificava que a política de comércio exterior, abrindo o mercado brasileiro, facilitando as importações, produziria a reestruturação da economia, tornando as indústrias nacionais mais competitivas e estimuladas a igualar-se aos padrões internacionais. Muitos opositores acusavam tal política de sucatear a produção interna, irradiando falência, desemprego e caos social.
Sofreu o Impeachment em 1992 por enriquecimento ilícito e corrupção durante o seu governo. Seu irmão delatou o esquema organizado pelo seu tesoureiro de campanha PC Farias.

Governo Itamar Franco – 1992-1994

Após o Impeachment de Collor, seu vice, Itamar Franco, assume.
Foi um governo tampão, de transição.
Instalou-se o Plano Real, que abaixou a inflação e fez uma moeda forte equiparada ao dólar. Depois de uma continuada elevação dos índices inflacionários, houve uma reversão dessa tendência, ao mesmo tempo em que continuava o crescimento econômico nacional.
Estes já eram os primeiros efeitos positivos do novo plano de estabilização da economia – Plano Real – iniciado pelo ministro Fernando Henrique Cardoso.
O Plano Real facilitou as importações e estabeleceu a ampliação do consumo, o que impulsionou a atividade econômica e as vendas.
Ocorreu um aumento no consumo de bens não duráveis, o que mostra uma melhora no poder de compra.

Governo FHC – 1994-2002

Para muitos opositores, ele foi eleito por causa do plano que tinha organizado no governo Itamar.
Faz a consolidação e estabilização da nova moeda implantada pelo Plano Real, evitando a retomada das altas taxas inflacionárias.
O governo de FHC queria reverter o quadro de miséria e fome que atingia a maioria da população.
Almejava promover uma reforma na Constituição; fato que não ocorreu como desejado.
Faz privatizações, pois a política econômica é baseada no neoliberalismo.
Tem o controle da inflação pelo custo de altas desigualdades sociais e de arrocho de políticas sociais. Alto déficit interno e externo.
Com o modelo de abertura econômica adotado, muitas empresas nacionais passaram por dificuldades ou fecharam, devido a juros elevados e à concorrência de produtos importados.
Faz empréstimos com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Tem a inflação controlada ilusoriamente, porém com aumentos das dívidas públicas.
O Governo conseguiu que o Congresso aprovasse o fim do monopólio estatal nos setores de telecomunicações e de explorações e refino de petróleo.
No plano político, tivemos a aprovação da emenda constitucional que permite a reeleição para um segundo mandato do Presidente da República, dos governadores e dos prefeitos.
FHC acabou, então, sendo reeleito nas eleições de 1998.

Governo Lula – 2002-2010

Na economia, o maior mérito do governo petista foi a manutenção da política dos governos anteriores. Crítico do Plano Real, Lula, ao chegar ao Planalto, deu continuidade ao programa que controlou a inflação. A medida assegurou a estabilidade econômica e possibilitou que outras questões importantes, como saúde, educação e segurança pública, fossem discutidas.
O PIB (Produto Interno Bruto), que representa a soma de todas as riquezas de um país, teve um crescimento médio anual de 4,0% nos dois mandatos. O índice é quase o dobro do registrado no período de 1981 a 2002 (2,1%). Assim, o Brasil passou de 12º lugar para 8º no ranking das maiores economias do mundo.
Neste contexto, a redistribuição de renda foi o principal destaque. Programas sociais, como o “Bolsa Família”, a expansão do crédito e o aumento de empregos formais e do salário mínimo (que passou de R$ 200, em 2002, para R$ 510, em 2010) permitiram a ascensão de classes mais pobres.
O efeito também foi sentido no setor empresarial: a maior renda do trabalhador converteu-se em compras. A alta no consumo, por sua vez, estimulou investimentos no comércio e na indústria, inclusive em contratações, realimentando o ciclo. O resultado foi a redução em 43% do número de pobres (brasileiros com renda per capita mensal inferior a R$ 140), que caiu de 50 milhões para 29,9 milhões desde 2003.
Conhecida como “A Era Lula”, ela também tem suas tragédias. Escândalos de corrupção abalaram o primeiro mandato (2003-2006), mancharam a imagem do Partido dos Trabalhadores (PT) e contribuíram para que o Congresso seja hoje a instituição de menor credibilidade entre os brasileiros.
Na diplomacia externa, a posição do governo em relação a regimes como Cuba e Irã abalou a imagem do país no exterior. O próprio Lula contribuiu para isso. Primeiro, ele comparou os protestos no Irã com queixas de um time derrotado. Depois, em visita a Cuba, quando da morte de um preso político em greve de fome, comparou os dissidentes a presos comuns. As posturas talvez errôneas do Brasil em fóruns internacionais com respeito à área de direitos humanos, como no caso da iraniana condenada à pena de morte, e no apoio ao projeto nuclear do Irã.
Sendo reeleito, para desespero de seus críticos opositores aos oito anos no governo, Lula consolidou-se como um fenômeno político graças ao seu apelo junto às camadas mais pobres da população. Porém, sua sucessora (Dilma) na Presidência herdou problemas que, se não forem resolvidos, podem comprometer o progresso do país.
Na Educação, 14 milhões de brasileiros com idade acima de 15 anos são analfabetos. Na Saúde, faltam leitos hospitalares, médicos e o país enfrenta uma epidemia de dengue que contaminou, somente este ano, quase 1 milhão de pessoas. Em pleno século 21, 56% dos domicílios não possuem rede de esgoto, e a infraestrutura deficitária (estradas, ferrovias, portos e aeroportos) ainda é um entrave para o desenvolvimento.

Desafios

Questão 1

01 – Com a eleição de Tancredo Neves, temos:

a) A volta do Estado militar.
b) O fim da democracia no Brasil.
c) O início da Nova República.
d) A divisão do Brasil entre Norte e Sul.
e) O início do governo militar.

Questão 2

O fato negativo que mais marca o governo Lula foi:

a) O aumento da renda média dos brasileiros.
b) O crescimento da classe média.
c) Os casos de corrupção política.
d) O fim da democracia com a intervenção estatal na imprensa.
e) Os esquemas de contrabandos de eletrônicos feitos pelo PT.

Questão 3

Assinale a alternativa abaixo que contém uma característica do governo FHC:

a) O aumento da renda média do trabalhado brasileiro.
b) As privatizações das estatais.
c) O crescimento dos índices de corrupção.
d) O desenvolvimento da indústria agrária.
e) O estabelecimento de uma crise econômica sem precedentes.
Questão 4

(CFTCE 05) Em relação à Nova República, é COERENTE afirmar que:

a) o Plano Cruzado, no governo Sarney, marcou o processo de estabilização da economia brasileira, pondo fim à especulação financeira e à centralização da renda.
b) no processo eleitoral de 1989, confirmou-se a implantação da democracia no Brasil, com a participação de candidatos de várias tendências políticas, em que o vencedor, no final do segundo turno, foi o candidato do PT, Lula, que assumiu a presidência pela primeira vez.
c) o Plano Real, lançado no primeiro ano de governo de Fernando Henrique Cardoso, deixou o povo brasileiro num período de expectativa de consumo; após as eleições de 1998, foi substituído por outro plano que causou grande frustração na população, com a perda do poder aquisitivo.
d) o Plano Collor, que ficou marcado pelo confisco das poupanças, tanto garantiu a segurança dos direitos sociais dos trabalhadores como rejeitou as imposições neoliberais do FMI.
e) no governo Lula, um dos principais aspectos da política social é o programa Fome Zero, que caracteriza muito claramente a preocupação do governo com as camadas mais humildes do país.

Questão 5

Por que a Constituição de 1988 ficou conhecida como Cidadã?

a) Por que ela previa a eleição somente de pessoas analfabetas.
b) Por que ela foi feita no Brasil.
c) Por causa da emenda de reeleição para presidente.
d) Por dar direitos e deveres ao povo brasileiro.
e) Por que estabeleceu o ensino primário obrigatório no Brasil.

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