terça-feira, 23 de setembro de 2014

O Iluminismo – Aula de História Enem


O Iluminismo

O movimento de ideias ocorrido no século XVIII, na Europa Ocidental, ficou conhecido como Iluminismo, o Século das Luzes, ou ainda Ilustração. A origem do nome vem do latim “lumini”, que quer dizer luz. Já nesse tempo, o fato de se ter uma ideia era considerada uma luz para se encontrar a saída de qualquer problema, fato mais fato durante o dia quando se tinha claridade.

Ligado às características do Renascimento Cultural, o Iluminismo era conectado diretamente ao desenvolvimento científico ocorrido durante o século XVII, com Galileu, Descartes, Newton e outros nomes. Era um movimento filosófico com participação da burguesia desejosa de mudanças, principalmente nos campos da política e economia; no primeiro plano criticavam o absolutismo e no segundo o mercantilismo. A influência do pensamento iluminista incentivou a Revolução Francesa, a Independência dos EUA e uma série de outros movimentos.



Reunião iluminista

No Iluminismo valoriza-se o antropocentrismo e o racionalismo; na crítica ao absolutismo defende-se a monarquia parlamentar; exceto Rousseau que era defensor da República como forma de governo; a maioria dos filósofos era anticlerical, pois em suas teses a Igreja e o clero deveriam sofrer grandes reformas; nenhum deles era ateu, eram no máximo Deístas, ou seja, cultuavam Deus, mas sem uma religião. Os pensadores iluministas que criticavam o mercantilismo e suas práticas ficaram conhecidos como filósofos econômicos. No ataque às práticas mercantilistas, eram defendidos o livre comércio contra o monopólio, o fim das barreiras alfandegárias e de protecionismo. O Estado não deveria interferir mais na economia, baseando-se no pensamento do chamado “laissez-faire, laissez-passer”, ou seja, deixar fazer, deixar passar. Enfim a economia tinha suas próprias leis e regras e andaria com suas próprias pernas. Quesnay era o pensador francês desse discurso, sendo depois considerado um fisiocrata, juntamente com Gounay, por dizer que a riqueza de uma nação está em sua agricultura.

Outros pensadores da época são Adam Smith, com sua obra “A Riqueza das Nações”, que defendia a liberdade comercial e a concorrência sadia. Para ele, o trabalho aliado ao capital era fator determinante de riqueza. Temos ainda Malthus, David Ricardo e Stuart Mill.

A difusão dos ideais iluministas foi possível graças ao apoio da imprensa que sempre era perseguida pelos governos, pois muitas obras tinham suas impressões proibidas. Dentro desse contexto, temos a criação da “Enciclopédia”, de D. Diderot e J. L. d’Lambert, que objetivava reunir todo o conhecimento até então sabido em uma grande obra. Por inúmeras vezes os organizadores foram presos e muitos de seus verbetes foram feitos nas prisões.

Voltaire, Montesquieu e Rousseau

Considerado o maior dos pensadores do movimento iluminista, Voltaire era o mais rigoroso crítico do clero e da religião. Deixou várias obras, entre elas “Cândido”, “Tratado de Metafísica”, “Dicionário Filosófico”, “Cartas Inglesas”, etc. É dele a frase “déspota esclarecido”, dita em defesa de sua amiga Catarina, a Grande, da Rússia; porém, ele não era amigo só dela como também era um grande amigo de Frederico II, da Prússia. Suas correspondências terminavam com o seguinte dizer: “esmagai a infâmia”. Seu nome era François Marie Aronet.

Montesquieu era um nobre. Entre suas obras encontramos como principais as “Cartas Persas” e O Espírito das Leis”, onde é feita a defesa dos três poderes distintos em executivo, legislativo e judiciário, ideia baseada em Locke, um pensador pré-iluminista. Além disso, ele distingue as formas de governo em República, a da virtude; Monarquia, a da honra e o Despotismo, o do medo. Montesquieu era defensor de uma monarquia parlamentar ao modelo inglês. Seu nome era Charles Louis de Secondat.

Jean-Jacques Rousseau era de origem popular e tinha posições controvertidas, pois era contra o progresso, dizendo que o homem havia deteriorado. Era o mais revolucionário de todos os iluministas, principalmente por suas obras “O Contrato Social” e o “Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens”; em “Emílio”, ele analisa as fases do homem, dando importância à infância e adolescência.

Déspotismo Esclarecido

Quando perguntaram sobre sua amizade com a rainha da Rússia, Catarina, a Grande; dizendo que era injusto ser amigo de uma déspota, Voltaire partiu em defesa da amiga, justificando: “ela é uma déspota, porém esclarecida”.

Nascida na Alemanha e esposa de Pedro III, teve que governar com pulso forte, pois era estrangeira e mulher, além de ter ideias avançadas para a mentalidade dos russos de sua época. Por tudo isso sofreu uma série de problemas para governar, mas conseguiu contornar, ao que parece, todos eles, expandindo os domínios russos para a Crimeia, criando escolas, abolindo a pena de morte, a tortura para os presos e ainda protegendo as artes e letras. No final de reinado é que passou a tomar atitudes mais drásticas, cortando a amizade com Voltaire e perseguindo povos dominados, entre outras coisas mais.

Frederico II, da Prússia, conseguiu levantar o nome de seu país na Europa, tornando-o respeitado; desenvolveu a agricultura, o comércio, a indústria e expandiu seu território.

Era metido a pintor e teve mais sorte na música, escreveu “O Anti-Maquiavel”, em que refutava vários princípios do afamado autor italiano.

De todos os déspotas, José II, da Áustria, foi o que mais usou os pensamentos iluministas em seu país, onde apenas não realizou uma reforma agrária, mas convocou uma Assembleia Constituinte, aboliu a servidão, dentre outras importantes realizações.

Em Portugal temos a figura de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, que era secretário do rei D. José I. Entre suas realizações é importante citar a reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1775; a expulsão dos jesuítas acusando-os de tentar organizar uma república no Prata, a República Guaranítica.

Na Espanha temos o ministro Aranda como personagem esclarecido daquele reino.

O despotismo esclarecido nada mais era do que uma tentativa de fugir das severas críticas dos pensadores iluministas aos governos absolutistas. Ali eram usadas práticas ilustradas que fossem de interesse dos reis, contudo, mantendo a postura absolutista. No fundo, era uma modernização do Estado absolutista, dando-lhe mais um fôlego de vida.

Desafios

Questão 1

Qual o sistema de governo defendido por Rousseau?

a) Anarquismo.
b) Bulionismo.
c) Comunismo.
d) Socialismo.
e) Republica.

Questão 2

O nome de “Despotismo Esclarecido” foi dado por Voltaire a qual dos governantes abaixo?

a) André Gide.
b) Frederico II.
c) Catarina II.
d) Pombal.
e) José II.

Questão 3

O que foi o Iluminismo?

a) Movimento matemático para restaurar as contas da França.
b) Campanha feita no Rio de Janeiro para a instalação de lampiões a gás nas ruas.
c) Revolução ideológica que propunha o socialismo.
d) Movimento filosófico ocorrido no século XVIII. *
e) Forma de pensamento no qual haveria maior participação popular nos governos.

Questão 4

As posições simples do Iluminismo eram:

a) o antiabsolutismo e o anticlericalismo
b) a defesa do fim da burguesia e do campesinato
c) a instalação de uma forma de comunismo primitiva e de indústrias familiares
d) a defesa da democracia direta e do voto universal
e) o controle do mercado pelo Estado e a defesa dos ideais liberais

Questão 5

(UEL 08) “[...] Diderot aprendera que não bastava o conhecimento da ciência para mudar o mundo, mas que era necessário aprofundar o estudo da sociedade e, principalmente, da história. Tinha consciência, por outro lado, que estava trabalhando para o futuro e que as idéias que lançava acabariam frutificando.” (FONTANA, J. “Introdução ao estudo da História Geral”. Bauru, SP: EDUSC, 2000. p. 331.)

Com base no texto, é correto afirmar:

a) As contribuições das ciências naturais são suficientes para melhorar o convívio humano e social.
b) Ideias não passam de projetos que, enquanto não são concretizadas, em nada contribuem para o progresso humano.
c) Diderot considerava importante o conhecimento das ciências humanas para o aprimoramento da sociedade.
d) Para o autor, os historiadores recorrem ao passado, enquanto os filósofos questionam a própria existência da sociedade.
e) A ciência e o progresso material são suficientes para conduzir à felicidade humana.

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