sábado, 27 de setembro de 2014

Unificações: Alemã e Italiana – Aula de História Enem


Unificações: Alemã e Italiana

Unificação Alemã

A fragmentação política na Alemanha dificultava o avanço do setor industrial. Para a indústria, a unificação significava a criação de um mercado consumidor abrangente, sem contar a proteção oferecida por um governo centralizado contra a concorrência inglesa.
Enquanto o setor industrial mostrava-se grande entusiasta da unificação, outros setores temiam este processo, pois não desejavam perder seus poderes políticos e locais, caso houvesse a unificação.
Na década de 1860, surgiram os primeiros centros urbanos e industrializados alemães, e, neste contexto, Otto Von Bismarck foi nomeado primeiro-ministro. Bismarck era um político conservador, que tinha como meta a criação de um forte regime monárquico alemão. Seus objetivos reuniram-se principalmente em criar uma malha ferroviária capaz de unificar a vasta região alemã e a modernização do exército.



Retrato de Otto Von Bismarck, 1860.

Em 1867, a Prússia, governo que controlava a região da Alemanha neste contexto criou a Confederação Germânica do Norte, porém os estados do sul recusaram-se a aderir à confederação. Bismarck elaborou uma estratégia ousada, onde se aproveitou do nacionalismo alemão para reunir os estados num único propósito. Manobrou para que ocorresse uma guerra contra a França, especialmente declarada aos Estados do Sul. Após alguns incidentes nas fronteiras, a França, governada por Napoleão III, declarou guerra aos Estados do Sul. Isso contribuiu para que estes estados se juntassem à Confederação Germânica. A guerra franco-prussiana rendeu benefícios ao processo de unificação da Alemanha, uma vez que, ao obter vitória contra a França, foi firmado o Tratado de Frankfurt, que determinava que a França deveria ceder os territórios da Alsácia e Lorena, além de pagar pesada indenização, reconhecendo a unificação do Estado Alemão.
Em 1871, foi criada uma Constituição. Este documento dava amplos poderes ao imperador. Neste modelo de poder autoritário, onde não havia participação popular no poder, a Alemanha encontrou sucesso no seu avanço econômico e industrial.

Unificação Italiana

Pode-se dizer que o processo de unificação italiana passou por duas fases. A primeira fase iniciou-se em 1848, porém não obteve sucesso. Por outro lado, resultou na expansão do ideário nacionalista por toda a população italiana.
O sul da Itália, região basicamente agrária, passava por crises locais. Os camponeses estavam insatisfeitos com os anos de servidão e opressão política.
No primeiro momento, o movimento pela unificação foi comandado por grupos radicais. Já no segundo momento, a luta pela unificação ficou a cargo dos grupos moderados. Os moderados eram liderados por Camilo Benso de Cavour, chefe de gabinete do Reino de Piemonte. Este reino era o mais importante entre os demais reinos italianos e o único capaz de liderar o processo de unificação italiana.



Mapa do processo de Unificação Italiana.

O Reino de Piemonte, especialmente na primeira metade do século XIX, tinha fortes intenções de desenvolver os seus setores industriais e comerciais. Além disso, desejava a expansão do capitalismo. Assim, Cavour articulou-se em busca de aliados políticos contra a Áustria (inimiga política da Itália naquele contexto). Firmou aliança com a França, o que resultou em forte apoio por volta de 1859, na conquista de novas regiões para a Itália. Porém, mesmo com este auxílio, Veneza e Roma ainda permaneciam em poder dos austríacos.
Em 1860, Giuseppe Garibaldi liderou o movimento dos “camisas vermelhas”, conhecido por ser radical. Em 1866, a Itália apoiou a Prússia na guerra contra a Áustria, o que resultou na retirada dos austríacos da cidade de Veneza. Faltava ainda a região de Roma, que foi conquistada apenas em 1870.
O processo de unificação italiana caracterizou-se por uma grande oposição à Igreja Católica. Isto porque ela se colocava como obstáculo neste processo. Os conflitos entre a Igreja Católica e o Estado Italiano só se resolveram por volta de 1929, através das “Concordatas de Latrão”, firmado entre Mussolini e o Papa Pio XI.

Desafios

Questão 01

Como foi chamado o tratado que determinou que a França deveria ceder os territórios da Alsácia e Lorena, além de pagar pesada indenização, reconhecendo a unificação do Estado Alemão?

a) Tratado de Piemonte

b) Tratado de Sardenha

c) Tratado de Latrão

d) Tratado de Frankfurt

e) Tratado de Berlin

Questão 02

(UEL 2001) Sobre a unificação da Itália (1870) e da Alemanha (1871), analise as afirmativas abaixo:

I – Os movimentos liberais, que nesses países assumiram um aspecto fortemente nacionalista, tiveram importante participação no processo de unificação.

II – A ausência de guerras ou revoltas marcou a unificação italiana e alemã.

III – O processo de unificação acelerou o desenvolvimento do capitalismo na Alemanha e na Itália, o que resultou em disputas que desembocaram na Primeira Guerra Mundial.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas a afirmativa II é verdadeira.

b) Apenas a afirmativa III é verdadeira.

c) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.

d) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.

e) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

Questão 03

No processo de unificação da Itália de meados do século XIX, destacam-se, EXCETO:

a) a preocupação da burguesia em evitar qualquer aliança com a massa camponesa.

b) a permanência de um sistema oligárquico que garante os interesses dos grandes proprietários da terra.

c) a ação dos liberais moderados, liderados por Cavour, para impedir as tentativas revolucionárias.

d) a obtenção da unidade através do alargamento do Estado piemontês e não de um movimento nacional.

e) o papel decisivo dos movimentos populares para a concretização da unidade italiana.

Questão 04

(Unesp) O desmonte do muro que dividia a cidade de Berlim e o acordo sobre a reunificação alemã são fatores relevantes para a construção de uma nova Europa. No entanto, a fundação do Estado moderno alemão remonta ao século XIX e se relaciona com a:

a) cooperação abrangente entre a Prússia e a União Soviética.

b) multiplicação das taxas alfandegárias, a revogação da Liga Aduaneira, a aliança franco-prussiana e a ação do Papa.

c) cooperação pacífica, duradoura e estável entre todos os Estados da Europa.

d) conhecida e inevitável neutralidade alemã na disputa de mercados.

e) reorganização do exército prussiano e com o despertar do sentimento nacionalista de união.

Questão 05

A unificação italiana, no final do século XIX, ameaçou a integridade territorial da Igreja. Esse impasse resultou

a) no reforço dos sentimentos nacionalistas na Itália, provocando a expropriação das terras da Igreja.

b) no envolvimento da Igreja em lutas nacionais, criando congregações para a expansão do catolicismo.

c) na adoção de atitudes liberais pelo Papa Pio IX, como forma de deter as forças fascistas.

d) na assinatura do Tratado de Latrão, em 1929, quando Mussolini criou o Estado do Vaticano.

e) no “Risorgimento”, processo em que segmentos ligados à Igreja defenderam a Itália independente.

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