terça-feira, 7 de outubro de 2014
Sociedade Mineradora: Aula de História Enem
A descoberta de ouro (fins do século XVII) atraiu pessoas de várias partes do Brasil e da Europa para a região das Minas Gerais o que ocasionou um aumento da população local e formou uma sociedade bastante diversificada.
Vamos ver como se compunha a sociedade da região das Minas? Então, preste atenção no gráfico abaixo:
Como você pode perceber 78% da população era formada de negros e mestiços. Quase todos eram muito pobres e foram poucos os que enriqueceram.
Os ricos: eram os proprietários de grandes lavras, os contratadores, os altos funcionários do governo de Minas e os grandes comerciantes.
Os proprietários de grandes lavras representavam um grupo muito pequeno e foram poucos os que enriqueceram já que o que ganhavam servia ao pagamento de impostos ou era gasto com a compra de mão de obra e de artigos importados como ferramentas, vinhos tecidos, trigo, queijos e doces.
As maiores fortunas pertenciam quase sempre aos grandes comerciantes (aqueles que vendiam gêneros alimentícios para os armazéns e carne para os açougues mineiros) e aos contratadores (geralmente formados por portugueses) que recebiam da Coroa o direito de arrecadar dízimos (taxa destinada à Igreja), as entradas (taxa sobre as importações) e obtinham contratos para explorar diamantes e abastecer a região com produtos vindos de fora.
Os altos funcionários do governo de Minas eram indivíduos provindos das famílias nobres portuguesas.
As camadas médias: formadas por artesãos (carpinteiros, alfaiates, ourives), profissionais liberais (advogados, médicos), padres, garimpeiros, donos de vendas, roceiros e alguns artistas (entalhadores, músicos, pintores).
Os homens livres pobres: em sua grande maioria eram mestiços e negros, aqueles que não tinham posição social definida. Eram chamados pelas autoridades de vadios, pois, perambulavam pelos arraiais pedindo esmola, comida, brigando nas vendas ou praticando pequenos furtos. Quando se precisava de pessoas para serviços pesados ou perigosos, esses homens eram procurados. Construíam ruas, estradas, presídios, faziam a segurança pessoal de ricos, combatiam indígenas e destruíam quilombos.
Os escravizados: não realizavam tarefas ligadas apenas à mineração. Transportavam mercadorias e pessoas, construíam estradas, casas, comercializavam pelas ruas e lavras.
Entendeu porque a sociedade mineradora era tão diversificada?
Exercício: Agora, que tal testar o seu conhecimento?
(UFF) “As festas e as procissões religiosas contavam entre os grandes divertimentos da população, o que se harmoniza perfeitamente com o extremo apreço pelo aspecto externo do culto e da religião que, entre nós, sempre se manifestou (…). O que está sendo festejado é antes o êxito da empresa aurífera, do que o Santíssimo Sacramento. A festa tem uma enorme virtude congraçadora, orientando a sociedade para o evento e fazendo esquecer da sua faina cotidiana.(…). A festa seria como o rito, um momento especial construído pela sociedade, situação surgida “sob a égide e o controle do sistema social” e por ele programada. A mensagem social de riqueza e opulência para todos ganharia, com a festa, enorme clareza e força. Mas a mensagem viria como cifrada: o barroco se utiliza da ilusão e do paradoxo, e assim o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza, o apogeu decadência”
(Adaptado de SOUZA, Laura de Mello e. “Desclassificados do Ouro”. Rio de Janeiro, Graal, 1990, pp. 20-23)
Segundo a autora do texto, a sociedade nascida da atividade mineradora, no Brasil do século XVIII, teria sido marcada por um “fausto falso” porque:
a) a mineração, por ter atraído um enorme contingente populacional para a região das Gerais, provocou uma crise constante de subalimentação, que dizimava somente os escravos, a mão-de-obra central desta atividade, o que era compensado pela realização constante de festas;
b) o conjunto das atividades de extração aurífera e de diamantes era volátil, dando àquela sociedade uma aparência opulenta, porém tão fugaz quanto a exploração das jazidas que rapidamente se esgotavam;
c) existia um profundo contraste entre os que monopolizavam a grande exploração de ouro e diamantes e a grande maioria da população livre, que vivia em estado de penúria total, enfrentando, inclusive, a fome, devido à alta concentração populacional na região;
d) a riqueza era a tônica dessa sociedade, sendo distribuída por todos os que nela trabalhavam, livres e escravos, o que tinha como contrapartida a promoção de luxuosas cerimônias religiosas, ainda que fosse falso o poderio da Igreja nesta região;
e) a luxuosa arquitetura barroca era uma forma de convencer a todos aqueles que buscavam viver da exploração das jazidas que o enriquecimento era fácil e a ascensão social aberta a todas as camadas daquela sociedade.
Resposta: a resposta correta é a letra “c”.
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