terça-feira, 23 de setembro de 2014
A Expansão Marítima e Comercial Europeia – História Enem
A Expansão Marítima e Comercial Europeia
Durante a Baixa Idade Média (séculos X ao XV), as relações comerciais eram estabelecidas apenas entre o sudoeste da Ásia, o norte da África e a Europa, ficando assim o mercado limitado a essas regiões.
Com as grandes navegações a partir do século XV, com a circunavegação da África feita pelos portugueses, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama, a descoberta da América por Colombo e com a volta ao mundo de Fernão de Magalhães, aumentaram-se as regiões produtoras e consumidoras, surgindo o mercado mundial.
Mapa da expansão marítima europeia
O eixo naval saía assim do mar Mediterrâneo para os oceanos Atlântico e Índico.
A descoberta de novos continentes e o surgimento deste mercado mundial é que denominamos de expansão marítima e comercial europeia.
A expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI representou um dos aspectos básicos da transição do feudalismo para o capitalismo nascente.
Causas que levaram à Expansão
A procura de especiarias: a partir do século XI, as cidades de Gênova e Veneza (norte da Itália) passaram a dominar o Mediterrâneo Oriental. Os mercadores italianos iam buscar nos portos de Alexandria e Constantinopla os produtos orientais (especiarias, tecidos, perfumes, tapetes, pedras preciosas) e os distribuíam no mercado europeu, cobrando altos preços e obtendo grandes lucros. A burguesia europeia passou a se interessar em quebrar o monopólio italiano sobre o comércio no mar Mediterrâneo, mas, para isso, era necessário descobrir um novo caminho para as Índias.
A escassez de metais preciosos na Europa: a grande quantidade de moedas usadas pelos países europeus para fazer o pagamento das importações resultou numa escassez de metais preciosos e as minas europeias não conseguiam atender à demanda. Era preciso encontrar novas minas fora do continente europeu.
Aliança entre o rei e a burguesia: a burguesia e a monarquia aliadas buscam a valorização do comércio e a centralização do poder. Esta aliança possibilitaria derrotar a nobreza feudal. A burguesia fornecia à monarquia os capitais necessários para armar exércitos e centralizar o poder. Os reis, por sua vez, deveriam promover o desenvolvimento do comércio, atendendo aos interesses da burguesia.
Busca de tecido e tapetes: para satisfazer os anseios consumidores da burguesia.
Busca de porcelana: pelo mesmo motivo acima.
Sentimento de aventura: para se conhecer e ver regiões do mundo que nunca ninguém tinha visto.
As Grandes Navegações só foram possíveis por causa dos avanços tecnológicos do século XV.
A única maneira de quebrar o monopólio comercial italiano era descobrir um novo caminho marítimo para as Índias. No entanto, até o século XV, isto era impossível, porque as técnicas de navegação eram muito rudimentares e não permitiam a navegação em alto mar.
A partir do século XV, houve um grande avanço técnico na Europa Ocidental. O desenvolvimento da cartografia, que possibilitou a elaboração de mapas mais exatos; os estudos de astronomia; o aperfeiçoamento das embarcações, surgindo a caravela com velas triangulares. Os navegadores passaram a utilizar a bússola e o astrolábio que determinava a latitude e a longitude.
Todo esse progresso técnico-científico possibilitou que as navegações a longa distância se transformassem em um empreendimento mais seguro.
Ciclo Português
O ciclo oriental ou português visava a contornar o litoral da África para chegar às Índias (oriente). O grande impulso para os descobrimentos portugueses foi a criação do Centro de Geografia e Náutica, localizado em Sagres (sul de Portugal), pelo Infante Dom Henrique (“O Navegador”). O Estado financiava as pesquisas e reservava para si a exclusividade das viagens. A tomada de Celta, em 1415, no norte da África, marcou o início das conquistas de além-mar.
Ciclo Espanhol
O ciclo ocidental ou espanhol objetivava chegar ao Oriente (Índias) viajando pelo ocidente (“El Ocidente por el poniente”), segundo os planos do navegador Cristóvão Colombo, natural da República de Gênova (Itália), que acreditava na esfericidade ou redondeza da terra. Recebeu apoio dos “Reis Católicos” que governavam a Espanha: Fernão (rei de Aragão) e Isabel (rainha de Castela). Suas caravelas eram: Santa Maria (nau capitânia), Pinta e Nina.
Desafios
Questão 1
A Expansão marítima lusa está inserida:
a) No contexto do início do capitalismo.
b) No fim do escravismo moderno.
c) No início do feudalismo.
d) No princípio do sistema socialista.
e) No fim do mercantilismo.
Questão 2
Assinale a afirmação certa sobre o pioneirismo português nas navegações:
a) Foi motivado pela descoberta de minas de ouro no Brasil.
b) Foi facilitado pela união entre o Estado (rei) e a burguesia.
c) Está inserido na crise do capitalismo.
d) Era dividido em duas fases distintas, uma capitalista seguida por outra feudal.
e) Era motivado pela população pesqueira.
Questão 3
No Tratado de Tordesilhas, temos:
a) A disputa militar entre Portugal e a Espanha pela América.
b) O interesse burguês no comércio com os índios.
c) A data que iniciou o capitalismo moderno.
d) Uma divisão do chamado Novo Mundo entre as nações ibéricas.
e) Uma paz entre os países ibéricos e o papa.
Questão 4
Sobre a “Escola de Sagres”, é certo dizer que:
a) Atualmente fica em Sagres na Espanha.
b) Hoje é a escola naval brasileira se situando na cidade do Rio de Janeiro.
c) Pertencia ao Infante Dom Henrique, sendo um centro de estudos navais.
d) Era dividida em escola naval e universidade naval.
e) Atualmente se diz que nunca existiu como ‘escola’, não tendo nem aulas e nem professores, sendo só um lugar de encontros entre pessoas ligadas ao mar.
Questão 5
(FGV 97) Com relação aos indígenas brasileiros, pode-se afirmar que:
a) os primitivos habitantes do Brasil viviam na etapa paleolítica do desenvolvimento humano;
b) os índios brasileiros não aceitaram trabalhar para os colonizadores portugueses na agricultura não por preguiça, e sim porque não conheciam a agricultura;
c) os índios brasileiros falavam todos a chamada “língua geral” tupi-guarani;
d) os tupis do litoral não precisavam conhecer a agricultura porque tinham pesca abundante e muitos frutos do mar de conchas, que formaram os “sambaquis”;
e) os índios brasileiros, como um todo, não tinham homogeneidade nas suas variadas culturas e nações.
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