terça-feira, 23 de setembro de 2014
Civilização Grega – Aula de História para o Enem
Civilização Grega
A Grécia era uma região de clima ameno, propício ao assentamento humano, porém havia poucas áreas férteis, gerando disputas pelo domínio dessas áreas.
Os primeiros habitantes da Grécia foi um povo denominado de péslagos ou pelágios, e se encontravam em um estágio de desenvolvimento igual ao de nossos índios, com cultura de subsistência, com caça e pesca.
A partir de cerca de 2000 a.C., ocorreram as invasões de povos indo-europeus, sendo o primeiro deles os aqueus, que se tornaram sedentários, ocupando as melhores terras. Eles formam as primeiras cidades gregas (Micenas, Argos, etc.) e o contato com os cretenses desenvolveu a civilização creto-micênica.
Esparta
Localizada na península do Peloponeso, mais precisamente na Lacedemônia, Esparta era uma área de terras férteis e foi povoada pelos dórios.Seu caráter militarista, dizem que veio de um homem chamado Licurgo, que criou o sistema espartano, onde desde a infância o exército está presente para os cidadãos.
Esparta tinha três classes sociais: os espartíatas, com direitos e terras; os perieco, que eram livres, mas não tinham terras; e os hilotas, que eram escravos conseguidos por conquistas sobre as cidades vizinhas.
Todo menino recém-nascido entre os espartíatas era levado a um conselho de anciãos, chamado de Gerúsia, onde era determinado se ele era perfeito ou não, caso sim, poderia viver, caso contrário, a mãe teria que eliminá-lo. Aos sete anos, a criança era levada ao exército, aos doze aprendia a ler e escrever, aos dezessete tinha sua iniciação como homem, matando escravos velhos ou que passassem o número permitido (quatro hilotas para cada espartíata), inclusive crianças fracas. Aos dezenove poderia acasalar, aos trinta seria julgado se deveria ser aceito como cidadão e só ai casaria perante a lei. Somente aos sessenta e cinco é que sairia do militarismo. A formação do espartano era tornar o homem um bom soldado.
Povos da civilização grega
Atenas
Atenas está localizada na Ática, uma região de poucas áreas férteis, o que logicamente acabou por concentrá-las nas mãos de uma elite, chamada de eupátridas (os bem-nascidos), que faziam parte da aristocracia local. Em Atenas, as classes sociais eram mais divididas e, além dos eupátridas, havia os geogois (pequenos agricultores), os thetas (classe mais marginalizada), os demiurgos (artesãos – trabalhadores das cidades), os metecos (estrangeiros) e os escravos.
A política, desde o início, era uma monarquia hereditária (basileu), onde o rei era o chefe da guerra, juiz e sacerdote, tendo um conselho de aristocratas, dito Areópago, para limitar e controlar seu poder. Com o tempo, surgiu o arcontato, que passou a governar com o apoio do conselho, formando-se um regime oligárquico.
Uma série de crises ocorreu, entre elas o problema das terras e o enriquecimento dos comerciantes marítimos, pois Atenas ocupava lentamente o lugar dos fenícios no comércio mediterrâneo; essas crises levaram às reformas de Drácon, que não deu muito efeito, só dando certo com Sólon, que mexeu na economia, sociedade e na política, fazendo uma abertura que daria na democracia. O caráter de suas reformas era fortemente popular, para a época, sendo então exilado.
Os atenienses caíram nas tiranias de Psistrato e de seus filhos Hipías e Hiparco, tendo, todos, o apoio do povo; foi somente com Clístenes que a democracia toma a forma que conhecemos, sendo que era direta, onde o cidadão tinha o direito do voto e de fazer as leis; porém ela era restrita, onde mulheres, menores de idade, estrangeiros e escravos não participavam. Para controlar os administradores foi feito o ostracismo, espécie de exílio de dez anos aos maus políticos e administradores, onde esses eram banidos da cidade durante esse período, porém sem perder seus bens.
Atenas se notabilizou pela sua arquitetura (acrópole), teatro (Ésquilo, Sófocles e Eurípedes), escultura (Fídias) e na filosofia (Sócrates e Platão).
As Guerras Médicas
Com a Primeira Diáspora, os gregos foram dominar as costas da Jônia, na Ásia Menor (costa da atual Turquia), e ao se expandirem para o oriente deram de frente com o expansionismo do império persa, que queria cobrar tributos das cidades (colônias) gregas.
Isto provocou um desagrado geral e, sob a liderança de Atenas, Mileto se levantou contra o rei Dario, que pediu a rendição dos gregos para não haver uma invasão; como isso não foi possível, ele partiu para invadir a Grécia, conseguindo êxitos iniciais, mais devido à desunião das cidades-Estado gregas. A situação começou a se reverter com as vitórias de Atenas em Maratona e Salamina, onde depois foi incentivada a criação da Liga de Delos, para que fossem pagos tesouros (tributos) na dita ilha para financiar novas defesas contra os Persas. Quando o tesouro foi transferido para Atenas, isto gerou protestos que acabaram por começar uma luta fratricida entre as cidades-Estado gregas.
A Guerra do Peloponeso
Os atenienses tinham ficado donos de um império, que dominava grandes extensões, o que provocou inveja e excessos de poder por parte dos atenienses, iniciando conflitos entre Atenas e Esparta. O confronto durou cerca de vinte e sete anos, onde a derrota foi dos atenienses, que caíram sob domínio dos espartanos, que pegaram gosto pelo luxo e pelo dinheiro, que acabaram por perder os territórios conquistados para os persas. A guerra acabou por enfraquecer os gregos, facilitando a invasão por parte dos macedônios.
A Civilização Romana
A História de Roma é dividida basicamente em três momentos distintos: monarquia, república e império. A primeira é mais lendária e com pouco material e fontes históricas, portanto, vamos nos ater mais nas outras duas.
A Monarquia
A fundação de Roma tem como base um povoado dos latinos e sabinos, habitantes do centro da atual Itália, para possivelmente se defender dos etruscos, que dominavam as vizinhanças.
Na época, a economia era agropastoril, onde a terra era a medidora de riquezas, e seus proprietários, os patrícios, formavam a elite local, reunidos em agrupações religiosas, conhecidas como cúrias. Os parentes mais afastados destes eram denominados de clientes, eram pobres, mas ligados às famílias de origem. Quem não fosse de nenhum clã era chamado de plebeu, não possuindo direitos.
A chefia do governo era dada a um rei, que governava com um conselho de anciãos, o Senado, além de uma assembleia, a Curiata. Existiu, segundo a lenda, sete reis em Roma, sendo o último, Tarquínio, o Soberbo, expulso pelos aristocratas em um golpe que impôs a República (res publica) ou coisa do povo, que, no caso, eram os patrícios.
As lendas sobre a fundação de Roma são, de uma forma geral, duas, a primeira e mais conhecida, a dos irmãos Remo e Rômulo, que quando nasceram foram abandonados, e uma loba os criou, até serem encontrados por um casal de pastores que os criaram até a idade adulta, quando foram ver o trono que pertencia a seu avô paterno, que havia sido destronado. O reaver do trono deu aos netos a missão de fundar uma cidade, Roma.
Outra lenda liga a fundação com Enéas, herói de Troia, que escapou da destruição de sua cidade pelos gregos e seus descendentes fizeram Roma.
A República
Devido a uma série de discriminações sobre os plebeus, aconteceram as Lutas Sociais, entre as duas classes sociais, de um lado os patrícios, de outro os plebeus. A primeira revolta se deu quando os plebeus tentaram em vão algumas reivindicações e, quando viram que seria difícil o atendimento destas, começaram a abandonar a cidade. Em desespero os patrícios passaram a fazer alguns consentimentos, gerando algumas importantes leis.
O crescimento constante da cidade levou os romanos a uma política expansionista, tanto ao norte quanto ao sul, neste último, deram de frente com os cartagineses, em um conflito de dezenas de anos, as Guerras Púnicas(264-146 a.C.), em um total de três, todas com vitória dos romanos. A derrota de Cartago na Terceira Guerra Púnica e sua total destruição provocou o começo do escravismo em Roma, pois a metade da população de Cartago foi levada como escravos. O número era alto e o preço ficou baixo, onde o escravo valia relativamente pouco.
O aumento constante no número de escravos provocou um êxodo rural, pois seu uso nos latifúndios foi intensificado. Os pequenos proprietários passaram a ocupar as cidades e, para mantê-los, o Estado passou a fazer a política do “pão e circo”, dando diversão e alimentos, mais ou menos em forma do que hoje seriam as cestas básicas.
Novas classes sociais surgiram, entre elas, os ditos “homens novos” ou “cavaleiros”, que passaram a fazer exigências. Já os patrícios controlavam os cargos públicos e lucravam com as terras conquistadas, os “ager publicus”, por isso surgiram tribunos que passaram a defender uma reforma agrária, entre eles, os irmãos Gracco durante o século II a.C.
Tibério e seus partidários foram massacrados pelos patrícios e seus coligados, seu irmão Caio buscou primeiro apoio entre os “cavaleiros” e finalmente conseguiu a provação de reforma agrária que durou pouco tempo devido a uma série de erros políticos de sua parte.
Ao tentar um golpe de Estado, Caio refugiou-se no Monte Aventino, onde pediu para um escravo o matar.
A crise estava aberta, os tribunos estavam incapacitados de solucioná-la, por isso Mário foi escolhido cônsul sem estar presente em Roma, permanecendo no poder por anos e deixando o poder para seu filho. Com sua morte, Sila, após vários combates, tornou-se ditador por dez anos. Algum tempo após a morte de Sila, foi criado o Primeiro Triunvirato (Júlio César, Pompeu e Crasso) de pouca duração, causada pelas diferenças internas. Com a conquista do Egito, César se torna ditador com claras pretensões de tornar-se rei. O apoio popular foi forte, porém, suas brigas com o Senado eram grandes, sendo assassinado em 44 a.C.
Para perseguir os assassinos de César, seus amigos formaram o Segundo Triunvirato (Caio Otávio, Marco Antônio e Lépido). A dissolução deste triunvirato ocorreu quando Marco Antônio se aliou à Cleópatra VII, fazendo uma guerra cuja vitória foi de Otávio. Tornar-se ditador seria uma coisa óbvia, porém, o que se criou foi um império.
O Império
Caio Otávio, com o controle do exército e da plebe, concentrou poderes em suas mãos, tornando-se imperador, sob o título de Otávio Augusto, realizando importantes mudanças.
Com sua morte, o império conhecia seu auge e na “Pax Romana” o fim de várias lutas.
Manter um império tão extenso era de um custo alto, gerando crises que terminaram com a queda de Roma.
Um historiador alemão contemporâneo nosso citou em sua obra cerca de mais de duas centenas de causas para a queda do império romano. Exageros à parte, podemos simplificar mais o processo. A manutenção do exército era dispendiosa e os recursos para isso foram ficando escassos, ou simplesmente desviados. Isto provocou uma diminuição gradativa nas conquistas e um enfraquecimento nos domínios, gerando revoltas e facilitando invasões, onde também podemos incluir uma série de derrotas devido à incapacidade de novos generais e de uma tropa não tão bem treinada.
O fim das conquistas representava, grosso modo, uma diminuição no número de escravos e uma lógica queda na produção, com um aumento de preços nos dois casos (escravos e produtos); tudo levaria ao término gradativo da política do “pão e circo”, provocando um êxodo urbano, único caso desse tipo na História da humanidade. Aumento de aluguéis, taxações, baixos salários, etc. foram outros motivos para o dito êxodo. As famílias que saiam das cidades eram desprovidas de fortunas e passaram a ocupar fazendas em troca do seu trabalho (colonato), onde, na maioria dos casos, era metade da produção dada ao dono da “vila” ou fazenda, indo essa lentamente para a autossuficiência. Tais características são típicas do feudalismo, oriundo da crise do império romano.
As invasões bárbaras também foram um agravante. Os bárbaros germânicos foram convidados a ocupar as terras da Gália, desde o século III de nossa era, mas esses tinham um modo de produção voltado à subsistência, o que não interessava aos romanos.
O motivo real das invasões foi a pressão feita pelos mongóis nas estepes russas, forçando os hunos, que forçaram os godos e assim por diante. A onda de invasões que abateu o império dificilmente poderia ser controlada, estourando pelos séculos IV e V, até o saque a Roma em 410 e sua queda em 476.
O Cristianismo
Era uma seita no princípio, onde seus seguidores tinham como mestre um homem chamado Jesus Cristo que tinha morrido na província da Judeia.
Os cristãos não cultuavam a figura do imperador, o que era praticamente obrigatório a qualquer religião que fosse praticada em Roma, havendo assim uma submissão ao império. Ao invés disso os cristãos se diziam monoteístas, contra a existência de escravos e defendiam uma igualdade com as mulheres. Tudo isso ia praticamente contra o que era estabelecido pela sociedade romana, fortemente diferenciada. Esse foi um dos maiores motivos para escolher os cristãos como bode expiatório da crise pela qual o império passava.
Os massacres foram vários, sendo o maior deles sob o comando de Diocleciano.
Constantino pôs fim às perseguições com o Edito de Milão em 313 d.C., dando liberdade religiosa aos cristãos, e Teodósio no Edito de Tessalônica oficializou o cristianismo como religião, proibindo e perseguindo as demais.
O Legado Romano
Pode-se afirmar com certeza que o direito foi a maior herança deixada pelos romanos às civilizações ocidentais, assim como a arquitetura, poemas e grafias, está ligada ao latim, de onde surgiram várias línguas (italiano, espanhol, português e francês).
A cultura romana estava muito ligada aos povos conquistados, um dos casos típicos é o famoso ditado que dizia “Roma que conquistou a Grécia, foi conquistada pelos gregos”, referindo-se à cultura romana ser cópia da dos gregos. A verdade disso está no fato de ambas as culturas serem chamadas de clássicas, pois estão muito ligadas.
Desafios
Questão 1
A democracia ateniense foi modelo inspirador de várias democracias de nosso tempo, mesmo sendo diferente em vários aspectos. Em Atenas:
a) o voto era dado também às mulheres, um avanço para a época.
b) a participação era direta, onde o cidadão podia fazer e votar as leis.
c) a divisão era feita por classes sociais e o peso do voto pela renda.
d) a democracia era estendida aos habitantes da cidade, com mais de dez anos de estada.
e) as tropas do rei eram desprovidas do poder do voto.
Questão 2
O conflito que exauriu os gregos e facilitou a conquista dos macedônios foi:
a) As Guerras Médicas.
b) As Guerras Púnicas.
c) A Guerra dos Mascates.
d) A Guerra do Peloponeso.
e) A Guerra de Troia.
Questão 3
A respeito do período monárquico e republicano romano é certo dizer que:
a) A Monarquia foi um período histórico muito bem documentado.
b) A República foi proclamada pelos plebeus.
c) A crise da monarquia foi provocada pelo absolutismo dos reis romanos.
d) O período republicano romano havia somente dois poderes, o legislativo e o executivo.
e) Durante o período republicano, os romanos viveram sempre um longo período de paz, denominado “pax romana”.
Questão 4
Durante o Império, Roma:
a) Mostrou-se uma potência que foi decaindo aos poucos.
b) Teve na burguesia a classe social mais influente.
c) O comércio foi interrompido pelos fenícios
d) A divisão do império se mostrou eficaz na manutenção de ambos os lados.
e) O exército ficou forte a ponto de conquistar todo o mundo.
Questão 5
(FUVEST 93) Com o advento da democracia na polis grega durante o período clássico, foram:
a) abandonados completamente os ideais de autarquia da polis, de glorificação da guerra e a visão aristocrática da sociedade e da política, que haviam caracterizado os períodos anteriores.
b) introduzidos novos ideais baseados na economia de mercado, na condenação da guerra e na valorização da democracia, mais condizentes com a igualdade vigente.
c) preservados os antigos ideais de autarquia, da guerra, da propriedade da terra, do ócio, como valores positivos.
d) recuperadas antigas práticas do período homérico – abandonadas no período arcaico – como a escravidão em grande escala e o imperialismo econômico.
e) adaptados aos antigos ideais aristocráticos e de autarquia (do período homérico e arcaico) os novos ideais de economia de mercado do período clássico.
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