Processo de Independência do Brasil
Para compreender o processo de Independência do Brasil, é preciso analisar com atenção a vinda da Família Real Portuguesa, pois esta influenciou uma série de transformações na América Portuguesa. É importante pensar que a vinda de mais de 15 mil pessoas para o Brasil, entre nobres e altos funcionários do Estado Português, afetou muito a rotina dos brasileiros.
D. João VI, decretou a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, em 1808. Uma estratégia para fugir do Bloqueio Continental, imposto pela França. Para o Brasil, esta atitude dava fim ao monopólio comercial imposto pela metrópole por três séculos. Outras atitudes de D. João VI, como a criação de ministérios, tribunais, secretarias, cartórios e principalmente o Banco do Brasil, em 1808, fez com que o Brasil começasse a adquirir um novo status de Reino Unido de Portugal, e não mais de colônia. Grandes transformações urbanas e culturais aconteceram no período de estada da família real no Brasil, como a criação de bibliotecas, jardins botânicos, e mesmo o avanço da imprensa. Uma nova fase de desenvolvimento acontecia no Brasil, e após a volta de D. João VI e sua corte a Portugal, em 1821, o Brasil não aceitaria mais o retorno às condições de colônia.
Em 1820, eclodiu em Portugal, a Revolução do Porto, causada pelos conflitos oriundos do Congresso de Viena e as consequências do fim da Era Napoleônica. Os portugueses exigiram a volta de D. João a Portugal. Neste momento, as tensões políticas no Brasil aumentavam, e dois grandes partidos tomavam forma: o Partido Português e o Partido Brasileiro. O partido de origem portuguesa lutava pela volta do Brasil à condição de colônia. Já o partido Brasileiro foi uma das importantes frentes na luta pela independência do Brasil. Destaca-se, neste partido, a figura de José Bonifácio, comerciante importante e grande articulador da independência brasileira.
Antes de sua partida, D. João deixou o seu filho, D. Pedro, como príncipe regente. Porém, as pressões para a volta de D. Pedro a Portugal eram imensas, uma vez que até mesmo o Partido Português desejava seu retorno. D. Pedro recebeu uma ordem expressa para que voltasse imediatamente, porém o Partido Brasileiro mobilizou-se em um abaixo-assinado, que reuniu milhares de assinaturas, pedindo para que o príncipe ficasse em nosso país. Assim, no dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro comprometeu-se a ficar no Brasil. Esta data é conhecida como o “Dia do Fico”.
“Dia do Fico” .
A partir do “Dia do Fico”, as tensões políticas aumentaram no Brasil. Os partidos estavam em grande conflito. É importante perceber que o Brasil encontrava-se independente antes mesmo do grito do Ipiranga, o que demonstra documento elaborado em agosto de 1822, por José Bonifácio. Este documento afirmava que o Brasil era um país politicamente independente, mas que continuava ligado a Portugal por laços tradicionais e pela família de D. Pedro. Porém, tal documento não obteve o efeito desejado de acalmar as tensões. Foi necessário então, no dia 7 de setembro de 1822, que D. Pedro, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, declarasse formalmente a separação entre Brasil e Portugal.
A independência foi declarada, porém, optou-se pelo sistema monárquico, a fim de que a aristocracia rural continuasse com os seus antigos privilégios. A participação popular foi muito pequena, se comparada aos demais movimentos de independência da América Latina. Além disso, a Inglaterra continuou exercendo grande influência econômica e política no Brasil.
Quadro Independência ou Morte mais conhecido como “O Grito do Ipiranga” de Pedro Américo
Desafios
Questão 01
Como era chamado o dia em que D. Pedro decidiu permanecer no Brasil, apesar das pressões políticas para o seu retorno a Portugal?
a) Dia da Permanência.
b) Dia do Porto.
c) Dia do Não.
d) Dia do Fico.
e) Dia do Imperador.
Questão 02
O príncipe D. Pedro, na Independência do Brasil, foi:
a) essencial, pois sem ele não ocorreria a independência.
b) figura de fachada, totalmente submisso aos desejos de José Bonifácio.
c) mediador, minimizando os antagonismos entre Brasil e Portugal.
d) manipulado pela aristocracia rural, objetivando realizar a independência com a manutenção da unidade popular.
e) totalmente independente, tomando para si liderança do processo, dando à independência um caráter revolucionário.
Questão 03
A Independência do Brasil:
a) rompeu o processo histórico.
b) adaptou a estrutura política do país às conveniências da aristocracia rural.
c) acelerou o processo de modernização econômica.
d) representou um sério golpe na economia escravista.
e) representou um retrocesso político devido à forma monárquica de governo adotada.
Questão 04
(MACKENZIE) O processo de independência do Brasil caracterizou-se por:
a) ser conduzido pela classe dominante que manteve o governo monárquico como garantia de seus privilégios.
b) ter uma ideologia democrática e reformista, alterando o quadro social imediatamente após a independência.
c) evitar a dependência dos mercados internacionais, criando uma economia autônoma.
d) grande participação popular, fundamental na prolongada guerra contra as tropas metropolitanas.
e) promover um governo liberal e descentralizado através da Constituição de 1824.
Questão 05
A maior razão brasileira para romper os laços com Portugal era:
a) evitar a fragmentação do país, abalado por revoluções anteriores.
b) garantir a liberdade de comércio, ameaçada pela política de recolonização das Cortes de Lisboa.
c) substituir a estrutura colonial de produção e desenvolver o mercado interno.
d) aproximar o país das repúblicas platinas e combater a Santa Aliança.
e) integrar as camadas populares ao processo político e econômico.
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