quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Independências Latino-Americanas – História Enem
Independências Latino-Americanas
As colônias da América Latina possuíam uma relação com suas metrópoles, determinada principalmente pela política mercantilista do pacto colonial. Essa relação determinava que as colônias espanholas e portuguesas deveriam fornecer às suas metrópoles (Espanha e Portugal), todas as matérias-primas exploradas em seus territórios. Entre estas estavam: metais preciosos, carne, algodão, açúcar e outros produtos agrícolas. Além disso, as colônias eram obrigadas a comprar os produtos manufaturados vindos das metrópoles. Havia uma relação de monopólio comercial, uma vez que as colônias não podiam comercializar com mais nenhum outro país, apenas com a sua metrópole. Porém, no contexto das influências vindas da Revolução Francesa e também da Revolução Industrial, essa situação começou a se alterar.
Sociedade
A sociedade colonial espanhola (a portuguesa veremos mais adiante neste material) pode ser vista em uma estrutura de pirâmide, conforme figura abaixo. No topo desta pirâmide, encontram-se os espanhóis, chamados de chapetones, que ocupavam todos os altos cargos públicos e eclesiásticos da colônia. Os chapetones ocupavam cargos principalmente nos chamados cabildos, locais de administração colonial, onde se resolviam os problemas administrativos, econômicos e políticos da colônia. Abaixo deles, estavam oscriollos, termo que denominava todos aqueles descendentes brancos dos primeiros colonos espanhóis, que exploravam plantações e fazendas de gado, minas e constituíam a camada mais rica da sociedade. Entretanto, os criollos estavam sujeitos a todos os mecanismos coloniais, uma vez que pagavam todos os impostos e tributos, sem possuir nenhum direito político. E abaixo destes, estavam os mestiços, índios e negros, camadas exploradas nas fazendas, plantações e minas através do trabalho servil e escravo.
Fonte: Esboço da autora.
Revoluções e a luta pela independência
É possível notar algumas tentativas de luta contra a opressão colonial, especialmente a partir da segunda metade do século XVIII. Como exemplo destas lutas, é possível citar o caso do Peru. Os indígenas se rebelaram contra o controle espanhol, sob a liderança de Tupac Amarú, e esta rebelião se estendeu por longo território, mas acabou controlada, com a morte de seu líder.
A influência da Revolução Francesa e da Era Napoleônica é bastante perceptível nestes movimentos, uma vez que o ideário revolucionário influenciou muitos estes conflitos.
A Inglaterra também desenvolveu importante papel nas independências latino-americanas, pois tinha interesses em adquirir mais mercados consumidores para os seus produtos.
Para as elites coloniais, representadas sobretudo pelos criollos, o mais importante era romper com a metrópole e com o monopólio comercial.
Devido a uma crise no governo da Espanha, as colônias passaram por um período de certo abandono, o que facilitou a mobilização das mesmas para conquistar a independência.
As primeiras tentativas de rebelião contra a metrópole iniciaram por volta de 1810, na Venezuela, em Buenos Aires, no México, Lima, e em Bogotá. Porém, este primeiro momento foi sufocado pelos espanhóis por falta de apoio popular.
Um segundo momento de revoluções e rebeliões iniciou-se. Neste contexto, Símon Bolívar e San Martin foram importantes personagens no processo de independência da América Latina. Ambos foram figuras carismáticas, capazes de mobilizar grande parte da massa popular em prol da luta da libertação das colônias espanholas sul-americanas.
Símon Bolívar. Pintura à óleo de Ricardo Acevedo Bernal (1867 – 1930).
Assim, com o apoio popular e da Inglaterra, a América Latina conquistou a independência gradativamente. Em 1817, San Martín conquistou a liberdade do Chile. A Argentina proclamou sua independência em 1816. Logo depois, o Peru. Em 1825, todos os países da América do Sul estavam independentes.
José de San Martín (1778–1850)
Após a Independência
O sonho de Bolívar em formar uma grande nação latino-americana não foi alcançado. Houve muitos conflitos de interesses entre as diversas oligarquias de cada região, o que causou um processo de fragmentação por toda a América Espanhola. Além disso, embora o processo de independência acabasse com o pacto colonial e possibilitasse a liberdade política, os novos Estados latinos assumiram um novo tipo de dependência econômica, pois com os interesses do desenvolvimento capitalista, sobretudo o inglês, continuavam fornecendo matérias-primas e consumindo os produtos manufaturados europeus.
Desafios
Questão 01
Como eram chamados os descendentes dos espanhóis que desempenharam papel importante durante o processo de Independência da América Latina?
a) Mestiços
b) Corregidores
c) Criollos
d) Cabildos
e) Caudilhos
Questão 02
“Criollos” e “Chapettones” eram respectivamente:
a) Os espanhóis e os mestiços.
b) Os naturais da América e os espanhóis.
c) Os mestiços e os precursores da independência.
d) Os escravos e mestiços.
e) Nenhuma delas é correta.
Questão 03
Qual motivo podemos atribuir a falta de sucesso do primeiro momento de rebeliões contra o controle espanhol sobre as colônias latino-americanas:
a) Falta de liderança do movimento contra a metrópole.
b) Falta de apoio popular.
c) Excesso de controle da Espanha na colônia, sufocando todas as tentativas de revolução.
d) Falta de interesse dos criollos em perder o controle das fazendas de gado e plantações com o processo de Independência.
e) Influências da Inglaterra, que era contra a independência da América Latina.
Questão 04
Sobre a sociedade colonial espanhola latino-americana, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Apresentava os “Chapetones” no topo da hierarquia social, geralmente originários da pequena nobreza empobrecida da Espanha, que ocupavam na colônia os altos cargos da administração pública, militar e eclesiástica.
b) Utilizou-se da “Mita” – sistema de trabalho obrigatório temporário, em que os índios de uma comunidade eram escolhidos por sorteio e recebiam em troca salários pequenos.
c) Os filhos de espanhóis nascidos na América, os “Criollos”, eram grandes proprietários de terras, comerciantes e formavam a elite intelectual da colônia.
d) Os chefes indígenas convertidos ao cristianismo, os “adelantados”, estavam desobrigados da prática de serviços forçados, da prestação de serviços obrigatórios e à obediência aos Vice-reis.
e) Abaixo dos “Criollos”, havia a massa dos mestiços de brancos e índios, de brancos e negros e de negros e índios. Eram capatazes das minas e das fazendas, artesãos, vaqueiros e caçadores de escravos.
Questão 05
Assinale a alternativa que apresenta a informação correta sobre o processo de independência da América Espanhola:
a) As elites criollas lideraram os movimentos de independência nas colônias, objetivando liberdade de comércio e poder político.
b) A monarquia espanhola reagiu rapidamente às lutas de independência, enviando tropas numerosas e bem armadas a todas as colônias rebeladas.
c) Os índios, negros e mestiços apoiaram os criollos, formando a principal frente contra o colonialismo espanhol, liderando muitas das rebeliões.
d) O conjunto das lideranças independentistas defendia a instauração do regime monárquico constitucional.
e) As lutas pela independência tiveram sucesso imediato, tornando o processo de Independência Latino-Americana relativamente simples.
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