sábado, 27 de setembro de 2014
Brasil: Regionalização – Aula de Revisão para Geografia Enem
Brasil – Regionalização
“…o Brasil apresenta diferentes aspectos naturais, humanos e econômicos em seu território. Considerando-se tais diferenças,
áreas relativamente homogêneas são agrupadas em regiões. Entre as divisões clássicas, destacam-se:
• a do IBGE, que identifica cinco regiões no Brasil: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Além dos fatores naturais, humanos e econômicos, essa divisão considera os limites dos Estados.
• a que considera a presença de três grandes complexos no país: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Tal divisão leva em conta os aspectos físicos, humanos e econômicos, desprezando os limites estaduais e privilegiando os aspectos geográficos mais marcantes na definição de tais áreas: o quadro natural na Amazônia, o aspecto social nordestino e o quadro econômico no Centro-Sul.”
A Constituição Brasileira de 1988, estabelece as seguintes Regiões:
1- Centro-Oeste,
4- Sudeste,
2- Nordeste,
5- Sul
3- Norte,
Região Centro-Oeste
Compõe-se dos estados: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. Possui um território de 1 604 852 km2 (18,9% do território nacional). Sua população é de cerca de 12 milhões de habitantes.
Economia
• Agricultura
A agricultura de subsistência, com o cultivo de milho, mandioca, abóbora, feijão e arroz, através de técnicas primitivas, sempre se constituiu em atividade complementar à pecuária e ao extrativismo.
Muitos cultivos, antes restritos às regiões Sul e Sudeste, mostram-se promissores em áreas do Centro-Oeste. É o caso da soja, do trigo e do café.
• Pecuária
- Área do cerrado, abrange terras nas quais se pratica, em grandes propriedades, a pecuária extensiva de bovinos, com destaque para os estados de Goiás e Mato Grosso, que juntos abrigam 15% do rebanho nacional. Também se criam equinos, porém em menor proporção;
- Pantanal (MS), tradicional área pecuarista, onde se pratica uma pecuária ultra-extensiva de baixa qualidade, com numerosos rebanhos de bovinos e bufalinos
A pecuária de corte é a atividade econômica mais importante da Região Centro-Oeste do Brasil. Na fotografia, um touro da raça Nelore Indústria
Trata-se de uma atividade que vem crescendo no Centro-Oeste. As indústrias mais expressivas são recentes, atraídas pela energia abundante fornecida pelas usinas do complexo de Urubupungá, no rio Paraná (Mato Grosso do Sul), de São Simão e Itumbiara, no rio Paranaíba, de Cachoeira Dourada (em Goiás) e outras menores. As indústrias mais importantes são as de produtos alimentícios, farmacêutica, de minerais não-metálicos e a madeireira.
A área mais industrializada e desenvolvida sócio-econômicamente do Centro-Oeste estende-se no eixo Goiânia-Anápolis-Brasília. Tem como destaque as indústrias automobilística, farmacêutica, alimentícia, têxtil, de produtos minerais e bebidas. Outros centros fabris importantes são Campo Grande (indústria alimentícia), Cuiabá (indústria alimentícia e de borracha), Corumbá, favorecida pela proximidade do Maciço do Urucum para a obtenção de matérias-primas minerais, Catalão e Rio Verde em Goiás e Três Lagoas (Mato Grosso do Sul), que sozinha foi responsável por 0,15% do crescimento PIB brasileiro em 2007.
Goiás é o estado mais industrializado da Região. Neste estado está localizado o Distrito Agro-Industrial de Anápolis (DAIA) – o mais importante pólo industrial do Centro-Oeste – que na última década recebeu diversos tipos de indústrias, principalmente de medicamentos (o que faz do município o maior pólo farmo-químico do Brasil) e a montadora de automóveis sul-coreana Hyundai; além de Catalão, importante pólo mínero-químico e metal-mecânico, com destaque para a montadora de automóveis Mitsubishi e a montadora de máquinas agrícolas John Deere. Em Rio Verde, Itumbiara, Jataí, Mineiros e Mozarlândia encontram-se importantes indústrias no ramo alimentício; Uruaçu, Minaçu e Niquelândia, com indústrias de extração e processamento de minérios; Jaraguá, um pólo da indústria do vestuário e Senador Canedo, com um complexo petroquímico da Petrobras e atividades na indústria calçadista.
No estado de Mato Grosso do Sul, as indústrias se baseiam no extrativismo mineral já que nessa região a concentração de minérios de ferro é muito grande. Além disso em Três Lagoas é de considerável vulto a produção de papel e celulose
Migrações internas
Um importante grupo do Centro-Oeste é o grupo dos sulistas (gaúchos, catarinenses, paranaenses) que se instalaram sobretudo no sul de Mato Grosso do Sul. Na região, foram os responsáveis pela organização da agricultura, abriram rodovias, montaram serrarias, fundaram vilas e municípios.
Desde que Brasília foi concluída, a população do Centro-Oeste vem acusando expressivos índices de crescimento. Essa tendência deve-se especialmente às frequentes migrações de habitantes de outras regiões. Terras a preços mais acessíveis, a expansão agrícola, boas estradas e oportunidades de progresso relativamente rápido são fatores responsáveis por essa atração. O Centro-Oeste formou sua população com migrantes vindos de todas as demais regiões do país, caracterizando-se assim pela heterogeneidade humana. Entretanto, há equilíbrio entre a porcentagem de brancos (50,1%), concentrados sobretudo no sul, e a de mestiços (46,3%), principalmente mamelucos, encontrados nas partes norte e central. As outras etnias compõem os restantes 3,6% da população
Turismo
O turismo vem se desenvolvendo rapidamente na região Centro-Oeste do Brasil, atraindo visitantes de várias partes do mundo. A região mais conhecida é o Pantanal. Trata-se da maior bacia inundável do mundo, com vegetação variada e fauna muito rica. Outros pontos de interesse são as chapadas, como a dos Guimarães, em Mato Grosso, e a dos Veadeiros, em Goiás. No sudeste goiano, a atração é o Parque Nacional das Emas. Há ainda Brasília, fundada em 1960 e caracterizada pela moderna arquitetura e que hoje é uma das maiores cidades brasileiras – “Patrimônio da Humanidade”. O Distrito Federal compreende a cidade de Brasília, além de suas regiões administrativas, que estão localizadas fora doplano piloto. Brasília, capital do Brasil, é uma cidade moderna que além de centro político, é um dos principais centros financeiros do país.
O crescimento populacional que vem caracterizando a região, a melhoria das vias de comunicação e o mercado consumidor sempre expressivo do Sudeste têm aumentado muito o desenvolvimento da agricultura comercial
Região Nordeste
Compõe-se dos estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Possui um território de 1 556 001 km2 (18,2% do território nacional), dentro dos quais está localizado o Polígono das secas. Sua população é pouco superior a 50 milhões de habitantes.
Em função das diferentes características físicas que apresenta, a região encontra-se dividida em sub-regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e sertão.
Sub-regiões e clima
O meio-norte compreende da faixa de transição entre o sertão semi-árido do Nordeste e a região amazônica. Apresenta clima úmido e vegetação exuberante, à medida que avança para o oeste.
A zona da mata estende-se do estado do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, numa faixa litorânea de até 200 km de largura. O clima é tropical úmido, com chuvas mais frequentes no outono e inverno. O solo é fértil e a vegetação natural é a mata atlântica, já praticamente extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar desde o início da colonização.
O agreste é a área de transição entre a zona da mata, região úmida e cheia de brejos, e o sertão semi-árido. Nessa sub-região, os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios, onde predominam as culturas de subsistência e a pecuária leiteira.
O sertão, uma extensa área de clima semi-arido, chega até o litoral, nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. As atividades agrícolas sofrem grande limitação, pois os solos são rasos e pedregosos e as chuvas, escassas e mal distribuídas. A vegetação típica é a caatinga. O rio São Francisco é destaque hidrográfico da região, de água perene.
Turismo
O grande número de cidades litorâneas com belas praias, contribui para o desenvolvimento do turismo. Muitos estados investem na construção de parques aquáticos, complexos hoteleiros e pólos de ecoturismo. Esse crescimento, no entanto, favorece a especulação imobiliária, que em muitos casos ameaçam a preservação de importantes ecossistemas.
A cultura nordestina, é um atrativo à parte para o turista. Em cada estado, há danças e hábitos seculares preservados. As rendas de bilros e a cerâmica, são as formas mais tradicionais de artesanato da região. As festas juninas em Caruarú (PE) e Campina Grande (PB), são as mais populares do país. O nordeste é a região brasileira que abriga o maior número de Patrimônios Culturais da Humanidade, título concedido pela UNESCO. Alguns exemplos são a cidade de Olinda (PE), São Luís (MA) e o centro histórico do Pelourinho, em Salvador (BA).
Há ainda o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, um dos mais importantes sítios arqueológicos do país. O carnaval continua sendo o evento que mais atrai turistas, especialmente para Salvador, Olinda e Recife. Cada uma dessas cidades chega a receber 1 milhão de turistas nessa época.
Outro grande destaque a nível nacional e mundial é Fernando de Noronha, com suas maravilhosas paisagens naturais e mar cristalino, local que abriga os golfinhos saltadores, conhecidos em todo o mundo
Economia
Nos últimos cinco anos, a economia nordestina mostra-se mais dinâmica que a média do país. Uma das razões é o impulso da indústria e do setor de serviços.
Um dos destaques é o Polo de Camaçari.
A agricultura e a pecuária, contudo, enfrentam situação inversa nos anos 90. Os longos períodos de estiagem fazem com que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor apresente quedas sucessivas. A agricultura centraliza-se no cultivo de cana-de-açúcar, com Alagoas respondendo por metade da produção do Nordeste. Há alguns anos, teve início o desenvolvimento de lavouras de fruticultura para exportação na área do vale do São Francisco – onde há inclusive cultivo de uvas viníferas – e no Vale do Açú, a 200km de Natal (RN). É no Rio Grande do Norte que são produzidos os melhores melões do país. A pecuária ainda sofre os efeitos da estiagem, mas o setor avícola desponta
Região Norte
Compõe-se dos estados: Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá e Tocantins. Possui um território de 3 851 560 km2 (45,2% do território nacional), e uma população pouco superior a 15 milhões de habitantes – o que faz dela a região com menor densidade demográfica (3,77 hab/km2)
Povoamento
Nestas terras colonizadas por portugueses, onde viria a se tornar um país chamado Brasil, já havia populações humanas. Não sabemos exatamente de onde vieram, apenas que são povos nativos por estarem aqui antes da ocupação europeia. Certos grupos de brasileiros que atualmente vivem no território estão vinculados historicamente a esses primeiros povos. Os remanescentes dos primeiros habitantes do que é hoje o Brasil tem uma longa história que começou a se diferenciar daquela da civilização ocidental ainda na chamada pré-história (Com fluxos migratórios do Velho Mundo para as Américas, ocorridos há dezenas de milhares de anos) a história deles voltou a se aproximar da nossa há cerca apenas de 500 anos (com a chegada dos portugueses). Como todo grupo humano, os povos indígenas tem cultura que resultam da história de relações que se dão entre os próprios homens e entre estes e o meio ambiente; uma história que no caso dos índios foi drasticamente alterada pela realidade da colonização
Economia
A economia da região Norte baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como látex, açaí, madeiras e castanha-do-pará; no extrativismo mineral de ouro, diamantes, cassiterita e estanho; e na exploração de minérios em grande escala, principalmente o ferro na serra dos Carajás, estado do Pará, e a Bauxita no Vale do Rio Trombetas. Duas ferrovias viabilizam o escoamento dos minérios extraídos da região: a Estrada de Ferro Carajás, que vai de Marabá, estado do Pará, a São Luiz, capital do estado do Maranhão (região Nordeste), que leva o ferro para os portos de Itaqui e Ponta da Madeira; e a estrada de Ferro do Amapá, que transporta o que sobrou de manganês extraído na serra do Navio até o porto de Santana, em Macapá, capital do estado do Amapá.
Em algumas partes da região a energia é fornecida por usinas hidrelétricas e em outras o abastecimento depende de geradores a óleo diesel. No rio Tocantins, estado do Pará, encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí, a maior da região. Existem ainda usinas menores, como Balbina, no rio Uatumã, estado do Amazonas, e Samuel, no rio Madeira, estado de Rondônia.
Usina Hidrelétrica de Tucuruí (PA)
O Governo Federal oferece incentivos fiscais para a instalação de indústrias no estado do Amazonas, especialmente montadoras de produtos eletrônicos. Esse processo é administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus.
• Pecuária
A paisagem predominante na região Norte — a grande Floresta Amazônica — não é propícia à criação de gado. Apesar disso, a implantação de projetos agropecuários vem estimulando essa atividade ao longo das rodovias Belém-Brasília e Brasília-Acre, principalmente devido à facilidade de contato com os mercados do Sudeste e Centro-Oeste. A pecuária praticada é do tipo extensivo e voltada quase que exclusivamente para a criação de bovinos. Grandes transnacionais aplicam vultosos capitais em imensas propriedades ocupadas por essa atividade.
Há um dado negativo, entretanto, pois, de todas as atividades econômicas, a mais prejudicial à floresta é a pecuária, porque requer a devastação de grandes trechos da mata. A substituição da floresta por pastagens aumenta a temperatura local e diminui a pluviosidade, levando, em última instância, à desertificação das áreas de criação. Além disso, o gado introduzido — da raça nelore — apresenta baixa produção de carne, fator que torna uma criação onerosa.
Assim, a pecuária é desenvolvida com sucesso apenas nos Campos da Hileia, principalmente em Roraima e na ilha de Marajó, onde se encontra o maior rebanho de búfalos do país.
Desafios
Questão 01
A partir da década de 1970, o espaço amazônico passou por uma série de transformações sócio-econômicas importantes, dentre as quais citam-se:
a) a perda de importância das tradicionais migrações nordestinas em favor das migrações de produtores rurais sulistas e a crescente concentração de terras.
b) o crescente aumento da polarização de cidades de porte médio em detrimento das duas metrópoles regionais.
c) a estagnação do processo de urbanização regional e a substituição da colonização oficial pela privada, reduzindo a interferência do Estado na região.
d) a intensa retomada da extração da borracha para exportação e o rápido aumento da participação do setor primário na economia regional.
e) a redução do êxodo rural e a difusão de atividades agrícolas como a cafeicultura e a fruticultura.
Questão 02
A área destacada pelo traço forte no mapa a seguir refere-se:
a) ao projeto Jari para a produção de celulose em várias fábricas para, através do Porto de São Luís, alcançar os mercados externos.
b) ao projeto hidrelétrico de Tucuruí-Balbina como apoio para a criação de um pólo industrial em Marabá.
c) ao programa grande Carajás (exploração de minérios, agropecuária e madeiras) com corredor de exportação para o porto de São Luís.
d) ao programa agropecuário do Bico do Papagaio, que visa à colonização regional em pequenas propriedades.
e) ao programa Araguaia-Tocantins para as áreas indígenas na Amazônia.
Questão 03
A região destacada no mapa a seguir caracteriza-se entre outros fatores por:
a) apresentar uma estrutura agrária exclusivamente de latifúndios dedicados à lavoura de cana-de-açúcar.
b) dedicar-se à pecuária extensiva, lembrança da principal atividade desenvolvida no período colonial.
c) aproveitar suas terras mais úmidas para a fruticultura, não necessitando, desta forma, de irrigação.
d) englobar a maior produção de arroz de toda a região nordestina.
e) fornecer mão-de-obra temporária para as plantações de cana-de-açúcar da Zona da Mata.
Questão 04
Sob o aspecto natural, o Nordeste é a mais diversificada dentre regiões brasileiras. Os quadros agrários têm muitas de suas características subordinadas aos solos, às condições climáticas e ao relevo. Por tais razões, pode-se corretamente afirmar que:
a) nos sertões, a variação de solos é muito pequena em função de relevos aplainados, onde se estabelece um sistema de pecuária semi-intensivo
b) as serras úmidas em rochas exclusivamente sedimentares têm uma ocupação agrícola muito variada
c) o litoral úmido é domínio da Mata Atlântica e da monocultura canavieira
d) a área cacaueira, situada nos agrestes nordestinos, tem apresentado notável crescimento de produtividade agrícola
e)O Polo Petroquimico de Camaçari esta localizado na subregião Meio Norte
Questão 05
“Muitos espaços da região Centro-Oeste têm se organizado em função da economia paulista.”
Ilustra o texto anterior à introdução:
a) da criação de gado no Pantanal Mato-grossense
b) da indústria de alimentos no Mato Grosso
c) da exploração de manganês no maciço de Urucum
d) da fruticultura em Goiás
e) de cultivos comerciais como a soja no Mato Grosso do Sul
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