sábado, 27 de setembro de 2014

Revolução Industrial: do artesanato à maquinofatura – História Enem


Em meados do século XVIII surgem as primeiras fábricas modernas. As mudanças provocadas pela industrialização no modo de os seres humanos viverem, se relacionarem e de produzirem mercadorias foram tão profundas que esse período ficou conhecido como Revolução Industrial.

A Revolução Industrial é um evento ainda em curso. A tecnologia da produção não para de avançar, tornando a fabricação de bens de consumo uma tarefa cada vez mais mecânica e menos humana.
Mas, você sabe por que e onde começou a Revolução Industrial? Não? Então preste atenção:
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra. Este país apresentou um conjunto de características favoráveis ao desenvolvimento da produção industrial:
Havia grande concentração de riquezas nas mãos da burguesia inglesa, resultado de seus ganhos com as atividades mercantilistas;
A partir do século XVII, a Inglaterra controlava a oferta de manufaturados nos mercados coloniais;
Desde a Revolução Gloriosa de 1688, o governo inglês apoiava efetivamente a busca do lucro privado pelos comerciantes;
A Inglaterra possuía grandes jazidas de carvão e ferro, matérias-primas indispensáveis à fabricação de máquinas e geração de energia, e as extraía para o abastecimento doméstico;
Nas cidades inglesas havia concentração de mão de obra, resultado do forte êxodo rural provocado pelos cercamentos.
Agora que você já sabe por que o processo de mecanização da produção (Revolução Industrial) começou na Inglaterra que tal ver as principais formas de produção da época?
Antes do surgimento das fábricas, o artesanato era o principal meio de organização do processo produtivo de utensílios básicos utilizados no cotidiano (móveis, ferramentas e roupas).

Imagem de um artesão medieval fazendo vasos em cerâmica. Fonte: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania. 8º. ano. ed. reformulada. São Paulo: FTD, 2012. p. 66.

Os artesãos conheciam todas as etapas de fabricação de uma mercadoria: compravam a matéria-prima, confeccionavam o produto e vendiam-no. A produtividade dependia do ritmo e da habilidade do artesão. Por isso, o artesanato não garantia uma produção volumosa.
Ainda convivemos com esse tipo de produção, porém, o artesanato voltou-se para a produção de artigos de luxo, peças artísticas e de decoração etc.
No século XV, desenvolveu-se o sistema doméstico: o artesão recebia encomendas de homens de negócio para produzir certas peças. Estes empresários forneciam a matéria-prima, pagavam o artesão e revendiam o produto final. Mesmo trabalhando no sistema doméstico, o artesão ainda mantinha grande autonomia, pois conhecia todas as etapas de produção da mercadoria e controlava o tempo necessário para a execução de cada tarefa.
Nesta obra vemos um artesão e sua esposa trabalhando em uma oficina doméstica. Podemos perceber que há uma criança no cesto e outra brincando ao lado enquanto os pais trabalham. O sistema doméstico de produção não separava a vida familiar das tarefas do trabalho.


A oficina de um tecelão

A manufatura surge no mesmo período, quando estes empresários começam a agrupar os artesãos em grandes galpões para controlar melhor a produção. Neste sistema a produção era dividida em diferentes etapas, cada qual realizada por um trabalhador, contando com o auxílio de ferramentas e algumas máquinas simples.

Imagem de uma oficina que fabrica botas e está organizada a partir da divisão do trabalho.


Neste sistema o artesão deixou de ser o dono dos instrumentos e do local de trabalho e passou a trabalhar em troca de um salário.
Na segunda metade do século XVIII, a manufatura foi substituída pela maquinofatura. Os comerciantes queriam mais mercadorias para vender e reclamavam do ritmo de trabalho dos artesãos, o qual achavam lento. Buscaram, então, uma saída para aumentar a produtividade sem depender do conhecimento do artesão sobre o processo de produção: a máquina.
A tarefa do trabalhador era alimentar a máquina, controlar sua velocidade e zelar por sua manutenção.
A principal conseqüência dessa organização foi a dependência do homem em relação à tecnologia. O trabalhador deixou de ser o dono dos instrumentos de trabalho e perdeu o conhecimento que tinha de todo o processo de produção.

A imagem representa uma tecelagem na Inglaterra. Gravura de 1833.


Exercício de Revolução Industrial:

(Enem-MEC)

“Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes.”

SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre a sua natureza e suas causas. São Paulo: Nova Cultural, 1985. v. 1.



A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações.

I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.

II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.

III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo o processo por parte do operário.

Dentre essas afirmações, apenas:

a) ( ) I está correta.
b) ( ) II está correta.
c) ( ) III está correta.
d) ( ) I e II estão corretas.
e) ( ) I e III estão corretas.

Resposta: a resposta correta é a letra “e”.

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